
O que houve
A Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) foi atingida em cheio pela ordem executiva de Donald Trump que impõe uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. Focus Poder apurou que as placas de aço fabricadas no Ceará — principal item de exportação do complexo industrial — não estão na longa lista de exceções divulgada pela Casa Branca.
Por que importa
As placas de aço cearenses, reconhecidas por sua qualidade, eram majoritariamente destinadas ao mercado norte-americano. Em 2022, dos US$ 2,34 bilhões exportados pelo Ceará, US$ 1,07 bilhão veio das placas da CSP — com os EUA como principal destino. O aumento abrupto da tarifa compromete a competitividade da produção local e ameaça a sustentabilidade das exportações da usina.
Vá mais fundo
A CSP produz placas de aço de ultrabaixo carbono, usadas em setores estratégicos como indústria naval, automotiva, construção civil e eletrodomésticos. Nos últimos cinco anos, mais de 13,2 milhões de toneladas foram exportadas — com os EUA liderando como destino.
Impacto imediato
Empresários e autoridades locais temem retração nas vendas externas, redução do ritmo produtivo e efeitos negativos no emprego industrial do Ceará. A CSP ainda não se pronunciou oficialmente.
No radar
Lideranças políticas devem pressionar Brasília por medidas diplomáticas urgentes. Técnicos já discutem alternativas para redirecionar parte da produção ao mercado asiático e europeu.
Frase-chave
“É um golpe na indústria de base do Nordeste e no esforço de internacionalização da economia cearense”, afirma uma fonte envolvida na articulação comercial do setor.