Da Folha: Postos agigantam margens e motoristas pagam bilhões a mais com combustíveis

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O que há de novo
Levantamento da Folha revela, que os postos de combustíveis elevaram fortemente suas margens de lucro entre 2021 e 2025, muito acima da inflação. A diferença, em centavos por litro, gerou um impacto bilionário no bolso dos motoristas brasileiros. A reportagem é assinada pelo jornalista Fernando Canzian.


Números que pesam

  • Margem de lucro na gasolina: +97%

  • No diesel: +89%

  • Inflação (IPCA) no período: +31%

  • Margem no gás de cozinha: +58%

Se tivessem seguido apenas a inflação, os acréscimos sobre o preço de distribuidoras seriam:

  • Gasolina: R$ 0,60 (hoje R$ 0,90)

  • Diesel: R$ 0,56 (hoje R$ 0,81)

  • Gás (botijão): R$ 25 (hoje quase R$ 30)


O impacto nas famílias

📌 R$ 2,8 bilhões a mais só no estado de São Paulo, em 2024, com gasolina, diesel e gás, segundo o economista Eric Gil Dantas (Ibeps).
📌 Diferença que parece pequena por produto, mas soma bilhões em escala nacional.


Por que isso aconteceu?

  • Volatilidade no setor com guerra, cortes e aumentos de preços da Petrobras, e mudanças tributárias.

  • Aumento do custo com pessoal acima da inflação, segundo donos de postos (41,7% vs. 31% do IPCA).

  • Alta dos juros, que afeta a compra a prazo de diesel por caminhoneiros.


Lula critica, mas preços não caem

O presidente Lula já criticou a prática, dizendo que a população é “assaltada” pelo setor e cobrou fiscalização. Segundo ele, a Petrobras leva a culpa pelas altas, mesmo sem responsabilidade direta pelos preços nas bombas.


ANP lava as mãos

A Agência Nacional do Petróleo disse que não interfere, fiscaliza ou comenta preços, que são livres desde 2002. O mercado é responsável por definir os valores.


Onde subiu mais?

  • Paraná: margem na gasolina subiu 267%

  • Minas Gerais: +141%

  • Rio de Janeiro: +92%

  • São Paulo: +62% (um dos menores aumentos, por maior concorrência)


E agora, em 2025?

A tendência continua:

  • Margem da gasolina subiu mais 13% só até junho

  • Diesel: +32%

  • Apenas o gás de cozinha ficou estável

  • Inflação do período: 2,99%

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