
“Quod Deus vult perdere, prius dementat”, Eurípedes
[“Aquele que Deus quer destruir, tira-lhe antes o juízo”]
Os que em plena luz do dia manipulam as causas e as consequências abertas com as restrições tarifárias impostas pelo governo americano, prestam um desserviço impatriótico ao Brasil.
A mídia, as redes sociais e os agentes públicos com as suas narrativas, ao invés de esclarecerem a população sobre as questões essenciais em jogo, deixaram-se dominar por impulsos ideológicos que,a médio prazo, podem frustrar negociações técnicas a serem tratadas pela diplomacia. A supor que a nossa diplomacia disponha-se a fazê-lo.
Associar questões políticas a procedimentos fiscais, para tirar destas consequências úteis proveito para propósitos ideológicos, é um desrespeito à nossa inteligência e aos interesses da economia brasileira.
A política, tanto quanto a economia e a administração do Estado, sempre que subordinadas a questões ideológicas, comprometem seriamente a governabilidade e expõem o povo e as matrizes produtivas da economia da nação a riscos consideráveis. .
Não é essa interlocução desrespeitosa que beira à irresponsabilidade e o ridículo, entre dois chefes de Estado, marcada por opções primárias de um populismo atrasado e inconsequente, que recobrará os padrões de negociação civilizada e firme indispensáveis ao livre comércio entre nações.
O pior que nos pode acontecer, em meio a esses conflitos alimentados por falas desprovidas de recato e sensatez, é ver brotar o patriotismo de encomenda a ocultar as razões verdadeiras das divergências que travam o comércio e o desenvolvimento do nosso País.
Que essas patriotadas inoportunas sejam esquecidas pelos agitadores de profissão, aqui e entre americanos, pelo respeito que merecem o Brasil e os Brasileiros.

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