A aniquilação da PEC da Blindagem pela força do povo. Por Frederico Cortez

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Por Frederico Cortez

Em período eleitoral, a máxima de toda candidatura reside na célebre frase que o (a) eleito (a) representará o seu eleitorado. No entanto, em Brasília ao que parece, o ar que lá respiram é diferente do que aqui existe para nós, pobres eleitores mortais.

Um claro exemplo disso é a “Pec da blindagem”, um ato político que operou o impensável “milagre” de unir adversários políticos mortais em suas respectivas siglas em prol de uma legal (por enquanto) e imoral persona proteção irrestrita, contra qualquer investigação que venha recair sobre os membros do parlamento brasileiro.

No entanto, esse movimento egoísta encampado pela grande maioria dos deputados federais, que aprovaram essa indecorosa proposta de emenda constitucional, ouviu o ensurdecedor recado das ruas neste final de semana.

O povo foi às ruas, em alto e bom som!

Esta famigerada Pec tem o único propósito de aniquilar os poderes legalmente constituídos ao Ministério Público e Poder Judiciário, onde qualquer início de investigação terá que primeiro passar pelo crivo de cada casa legislativa. Não nos esqueçamos de que em caso desta indecente Pec seja aprovada pelo Senado Federal, também terá sua indesejada repercussão nas assembleias estaduais e câmaras municipais do País.

E infelizmente, o Ceará foi um mau exemplo em termos de representatividade do seu povo no planalto central quanto ao presente tema. Nada não, de um total de 22 deputados federais cearenses, tão somente quatro deram um “NÃO” para essa amaldiçoada Pec e que aqui rendo meu respeito ao declinar os seus nomes, que estão honrando cada voto que receberam dos seus eleitores, sendo eles: Luiz Gastão (PSD), Célio Studart (PSD), José Guimarães (PT) e Luiziane Lins (PT). Contudo, os que estão mancomunados na aprovação desta blindagem já figuram expostos com seus respectivos nomes e rostos. Ah, e para alguns que somente agora se mostram “arrependidos”, os seus nomes já estão listados para sempre nesta lamentável galeria.

E para não fugir à regra, o “tribunal da internet” não perdoou, e, excepcionalmente aqui, subscrevo ao precoce e acertado julgamento sumário que já sentenciou o nome de cada deputado (a) federal (a) que voltou a favor dessa imoralidade ou que foi negligente ao não assumir a sua posição no sistema de votação aberto.

A história é implacável, onde aqui a memória do povo não esquecerá o nome de cada parlamentar que se irmanou nesse plano maquiavélico de ser agraciado com o manto da impunidade.

O consagrado e saudosista constituinte Ulisses Guimarães já dizia que “a única coisa que mete medo em político é o povo na rua”. Eis uma verdade implacável e inelutável! Neste final de semana, o Brasil se uniu contra a legalização de uma verdadeira malandragem política, ao ponto de alterar o texto da Constituição Federal ao custo de um oportunismo próprio de quem verdadeiramente só enxerga os seus interesses e despreza o bem-maior do coletivismo.

Cabe a nós, como sociedade civil se manifestar de forma ordeira e demonstrar claramente nossa indignação em face dessa maléfica proteção a quem almeja tirar vantagem ao custo do voto popular.

Os grupos do zap a todo instante estão compartilhando os nomes, fotos e vídeos de quem colocou seu nome abaixo dessa nefasta blindagem, lembrando que não é cabível do direito ao esquecimento do mundo digital para questões públicas, como é o caso em debate.

O recado está dado, cabe agora aos senhores Senadores da República Federativa do Brasil tomar um único lado, o do Brasil e aniquilar essa demoníaca proposta da blindagem.

O pensador francês Rousseau nos ensina que o povo elege os seus representantes, mas os representantes devem satisfação ao povo.

O voto popular coloca e retira o político do poder!

Frederico Cortez é advogado, especialista em propriedade intelectual. Fundador do escritório Frederico Cortez Advocacia. Autor de artigos de opinião jurídica e referência bibliográfica em trabalhos acadêmicos e obras jurídicas. Escreve semanalmente no Focus Poder.

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