
O PSD pae saber exatamente onde quer chegar em 2026. E Domingos Filho, que conhece como poucos a engenharia de poder no Ceará, percebeu antes de muita gente um movimento decisivo: a demanda social e política por mulheres em chapas majoritárias deixou de ser tendência e praticamente virou regra tácita. O movimento de Domingos foi levantado por repotagem do O Povo. Focus comenta a seguir.
Não é teoria: é prática recente e demanda dos tempos contemporâneos.
O caso Jade Romero
Em 2022, Jade Romero, militante de baixa projeção pública e sem histórico eleitoral, foi alçada pelo grupo de Eunício Oliveira ao posto de candidata a vice-governadora na chapa de Elmano e Freitas. A fórmula funcionou: Elmano venceu no primeiro turno. Jade tornou-se, da noite para o dia, uma das mulheres mais poderosas da política estadual.
O caso Gabriella Aguiar
Dois anos depois, na eleição municipal de Fortaleza, Domingos repetiu a lógica. O PSD colocou a deputada estadual Gabriella Aguiar, jovem, de primeiro mandato, como vice de Evandro Leitão. A escolha atendia ao mesmo impulso: ocupar o espaço feminino que a política passou a exigir — e que os partidos precisam preencher para serem competitivos.
Em ambos os casos, mulheres pouco expostas publicamente — e politicamente promissoras — foram decisivas na costura de alianças, na comunicação social e no simbolismo das chapas.
O passo seguinte: Patrícia Aguiar entra no tabuleiro
Agora, o PSD tenta ocupar espaço na chapa majoritária estadual de 2026. E, dentro da lógica construída nos últimos anos, o nome natural é Patrícia Aguiar, prefeita de Tauá.
É uma movimentação que junta:
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cálculo eleitoral;
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leitura sociopolítica sobre a ascensão feminina nas chapas;
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peso territorial do PSD;
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e um ponto crucial: Patrícia não é uma aposta nova — é uma veterana com lastro, votos, cargos e musculatura administrativa.
O partido articula três possibilidades para ela:
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Vice-governadora na chapa de Elmano (PT)
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Uma vaga ao Senado
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Presidência da Assembleia Legislativa
Os pedidos já foram comunicados a Camilo Santana por Gilberto Kassab, o que dá ao movimento chancela nacional.
O cálculo do PSD
Patrícia teria de deixar a prefeitura até abril de 2026. Internamente, o PSD considera que ela está apta a qualquer uma das funções majoritárias — vice, Senado ou Assembleia.
O histórico reforça o argumento:
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Eleita deputada estadual em 2018
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Eleita prefeita novamente em 2020
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Líder política consolidada em Tauá
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Nome com capilaridade no interior
Além disso, o partido já ocupa posições-chave na máquina estadual e municipal:
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Domingos Filho — secretário de Desenvolvimento Econômico
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Gabriella Aguiar — vice de Evandro Leitão em Fortaleza
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Domingos Neto — deputado federal e coordenador da bancada cearense
E controla 16 prefeituras, incluindo Caucaia, o segundo maior colégio eleitoral do estado. É um ativo cobiçado tanto pelo PT quanto pela oposição.






