
A nova rodada da AtlasIntel/Bloomberg redesenha o tabuleiro de 2026. Lula segue líder em todos os cenários de 1º turno, mas sua vantagem diminui, Tarcísio continua em ascensão e Michelle Bolsonaro surge como o nome mais competitivo da direita depois do governador paulista.
O levantamento foi feito entre 22 e 27 de novembro, período marcado pela prisão de Jair Bolsonaro, tentativa de violação da tornozeleira e início da execução da pena de 27 anos. Nem mesmo o impacto do episódio reorganizou o favoritismo do PT, mas reforçou a movimentação da direita em torno de Tarcísio e do bolsonarismo puro comandado por Michelle.
1º turno: Lula cai, Tarcísio sobe e a distância encurta
No cenário principal, Lula registra 48,4% (queda de três pontos desde outubro).
Tarcísio sobe para 32,5% (ganho de dois pontos).
A distância, que já foi mais larga, agora é de 15,9 pontos, o menor patamar desde o início da série.
Demais nomes:
• Caiado – 5,7%
• Ratinho Jr. – 4,1%
• Zema – 2,3%
• Renan Santos – 1,9%
• Indecisos/brancos/nulos – 5%
A oscilação reforça que o governador de São Paulo é hoje o único nome da direita com capacidade real de transitar além da bolha bolsonarista.

Michelle Bolsonaro: presença que reorganiza o jogo
Quando Michelle entra no cenário, Lula mantém estabilidade (48,7%), mas ela consolida um bloco expressivo de direita com 28,6% — desempenho mais alto que Flávio Bolsonaro e superior à soma de várias lideranças estaduais.
O restante do pelotão:
• Caiado – 9,4%
• Ratinho Jr. – 5,0%
• Zema – 4,4%
A presença de Michelle mostra duas coisas:
-
O bolsonarismo raiz ainda tem tração nacional, mesmo em meio à crise da prisão de Bolsonaro.
-
Há um espaço real para uma candidatura feminina de direita, caso a linha sucessória do PL desabe ou seja judicialmente inviabilizada.

Flávio Bolsonaro e cenários alternativos
Com Flávio Bolsonaro, Lula marca 47,3% e o senador atinge 23,1% — desempenho inferior ao de Michelle, mas ainda relevante para manter o clã no radar.
Em cenário mais disperso, sem Tarcísio, Michelle ou Flávio, Lula aparece com 48,5%, enquanto Caiado sobe para 16,9%, seguido por Ratinho Jr. (12,6%) e Zema (9,5%).
O dado reforça que, sem um nome forte, a direita se pulveriza e não ameaça Lula no 1º turno.

Cenário sem Lula: Haddad herda parte do capital, mas não todo
Com Fernando Haddad no lugar de Lula, o ministro registra 44,4%.
Tarcísio aparece com 32,3% e Caiado com 5,6%.
O número mostra:
• Lula ainda é o ativo eleitoral central do PT.
• Haddad mantém competitividade, mas sem a mesma blindagem.

2º turno: Lula e Tarcísio empatam na margem
A única simulação de 2º turno feita pela AtlasIntel mostra:
• Lula – 49%
• Tarcísio – 47%
Em outubro, era 52% x 44%.
A diferença derreteu: Lula cai 3 pontos, Tarcísio sobe 3.
O placar atual é empate técnico.
A pesquisa não testou Michelle no segundo turno, mas seu desempenho no 1º turno indica que seria igualmente competitiva.

Imagem: Lula volta a cair; Tarcísio registra sua melhor fase
A imagem de Lula voltou a piorar:
• Negativa: 52%
• Positiva: 46%
No sentido inverso, Tarcísio melhora:
• Negativa: 50% → 45%
• Positiva: 42% → 46%
Ele encerra novembro com saldo de imagem no zero a zero pela primeira vez, o que explica sua subida na disputa nacional.
Leitura política
• Tarcísio é hoje o adversário mais perigoso para Lula, com trajetória de crescimento contínuo.
• Michelle se mostra a grande reserva de mobilização do bolsonarismo — e com capacidade nacional real.
• O PT mantém vantagem, mas a erosão é consistente.
• A prisão de Bolsonaro não reorganizou o flanco da direita; ao contrário: aproximou parte da base e reativou a narrativa de perseguição.
• O segundo turno já está no radar: empate técnico significa corrida aberta.







