A Hapvida deve anunciar que Luccas Adib, atual CFO da companhia, será preparado para suceder o CEO Jorge Pinheiro nos próximos anos. A informação foi revelada pelo Brazil Hapvida sinaliza sucessão no comando e redesenha cúpula executivaJournal, com base em fontes a par das discussões internas.
Segundo essas fontes, ainda não há uma data definida para a transição, mas o processo de preparação deve ocorrer ao longo de 2026, com Adib assumindo o comando não antes de 2027. Quando isso acontecer, Jorge Pinheiro deve migrar para a presidência do conselho de administração, hoje ocupada por seu pai, fundador da operadora.
Quem é Luccas Adib
Adib está na Hapvida há cerca de seis anos e meio, sendo os últimos três como CFO. Além da diretoria financeira, ele vinha acumulando também a função de CTO, com aproximadamente 25 áreas sob sua supervisão. Antes de ingressar na companhia, trabalhou por três anos no Mattos Filho, na área de mercado de capitais.
Saída na operação
O pacote de mudanças inclui ainda a saída de Alain Benvenuti, vice-presidente de operações. Benvenuti estava na empresa desde 2017 e será substituído por um executivo que já integra os quadros da Hapvida.
Contexto: narrativa sob pressão
As movimentações no alto comando ocorrem em um momento delicado para a companhia. A Hapvida tenta retomar o controle da narrativa de sua tese de investimento, abalada por resultados recentes bem abaixo do esperado e por dúvidas do mercado quanto à capacidade de extrair valor da aquisição da Notredame Intermédica.
Em meados de novembro, as ações da empresa chegaram a despencar 42% em um único pregão, após a divulgação dos resultados do terceiro trimestre. Desde então, a companhia acelerou seu programa de recompra de ações, o que ajudou o papel a recuperar parte das perdas. Ainda assim, a ação acumula queda de cerca de 56% no ano.
Números que pesaram
No 3º trimestre, a Hapvida registrou:
- Alta da sinistralidade;
- Aumento das despesas;
- Crescimento fraco da base de vidas;
- Geração de caixa negativa, com a dívida crescendo mais de R$ 200 milhões.
A leitura interna é que a reorganização da liderança faz parte de um esforço mais amplo para restaurar credibilidade, ajustar a execução operacional e reposicionar a companhia diante do mercado.






