A democracia virtual e urnas eletrônicas nas eleições 2022, por Frederico Cortez

COMPARTILHE A NOTÍCIA

Frederico Cortez é advogado, sócio do escritório Cortez & Gonçalves Advogados Associados. Especialista em direito empresarial. Cofundador do Instituto Cearense de Proteção de Dados- ICPD-Protec Data. Consultor jurídico no portal Focus.jor desde 2017. Escreve aos fins de semana. E-mail: advocacia@cortezegoncalves.adv.br / Instagram: @cortezegoncalveadvs.

Por Frederico Cortez

Neste ano, a Constituição Federal completa 33 anos de sua promulgação. O ano de 1988 tem seu contorno épico, justamente por ser um marcador na redemocratização do Brasil. Essa festividade data após um longo tempo da ausência popular na escolha do seus representantes na condução do País. Fato é que neste trintenário de liberdade política, a sociedade civil já se acostumou bem com a liberdade de expressão e respeito às nossas instituições públicas.

A polarização política vem escalando negativamente ultimamente com tal força, a ponto de colocar as instituições públicas em xeque quanto à sua credibilidade. E essa troca de energias não tem um lado definido, pode vir tanto da ala da situação ou da oposição, como também brota da turma do meio de campo (centrão). A democracia preza pela pluralidade de ideias e questionamentos, mas sempre primando pelo entendimento civilizado e sem volta para a época medieval.

O inclusão das urnas eletrônicas representou um verdadeiro marco para a solidez do nosso sistema eleitoral democrático, onde desde a sua estreia em 1996 vem sendo a via para a eleição de nosso governantes e parlamentares. Recentemente estamos vivenciando uma indesejada campanha de descrédito para a utilização das urnas eletrônicas nas eleições do próximo ano. Esse “debate” vem sendo mais acirrado e agressivo nas redes sociais, onde cada simpatizante adota a tese que melhor lhe convier e que nem sempre é a mais racional.

Um dos males das redes sociais é o seu alto poder de disseminação de inverdades, que alcança pessoas que por falta de conhecimento e vontade de checar a verdade daquela notícia ou informação, ou até mesmo pela cegueira da politicagem, engolem como verdade absoluta. O momento é tão tenso, que a troca de opinião transcende para a violência verbal e moral, e que não se descarta a própria violência física.

Diante desse palco de “guerrilha política”, o que muitos esquecem (ou fazem questão de não se lembrarem) é que nenhuma fraude ou corrupção no sistema do voto eletrônico foi comprovado nos últimos 25 anos. Pessoal não estou falando aqui de 25 meses ou dois anos e meio, mas sim de um quarto de século e que nada foi provado em relação ao rompimento do sistema de segurança da urna eletrônica adotada pelo País desde o ano de 1996.

A cada pleito, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) realiza uma série de testes contra a blindagem do voto eletrônico. Aqui, temos órgãos públicos, como a Polícia Federal, empresas de tecnologia privada e profissionais de TI autônomos, tudo isso como sinal de transparência para aferir a segurança do sistema da urna eletrônica brasileira. Alegar falha no voto eletrônico, sem o mínimo de prova técnica necessária é atentar contra a democracia e a forma republicana de nosso país conquistada ao custo de muita luta. Revisitemos nossa história política, uma sugestão!

A alternância ou permanência no poder pela via da reeleição faz parte das regras do jogo eleitoral, o que não se concebe é a chancela para um ou outro candidato em potencial dedicar-se a inaugurar uma verdadeira pandemia negacionista contra a soberania do voto popular.

Viva a democracia e o voto eletrônico!

COMPARTILHE A NOTÍCIA

PUBLICIDADE

Confira Também

GM vai montar elétrico Spark no Ceará: importante fato novo industrial — e ativo político para Elmano

“Vamos pra cima”: Elmano endurece discurso em meio à onda de violência no Ceará

AtlasIntel: entre criminalidade e economia estagnada, Lula vê erosão no apoio e avanço de Tarcísio

Chiquinho Feitosa reúne Camilo, Evandro e Motta em articulação para 2026

A disputa no Ceará e os passageiros do carro dirigido por Ciro Gomes

Do cientista político Andrei Roman (AtlasIntel): Lula não é favorito em 2026 porque perdeu o ‘bônus Nordeste’

Vídeo de Ciro no centrão: discurso contra Lula e aceno à centro-direita e centro-esquerda

O roteiro de conversas e articulações que aponta Ciro candidato no Ceará

O que você precisa saber sobre a venda da Unifametro para o grupo que controla a Estácio

Disputa entre Ceará e Pernambuco derruba comando da Sudene e escancara guerra por trilhos e poder no Nordeste

Guararapes, Cocó e De Lourdes têm a maior renda média de Fortaleza. Genibaú, a menor

Moraes manda Bolsonaro para prisão domiciliar após vídeo em ato com bandeiras dos EUA

MAIS LIDAS DO DIA

MP Eleitoral não acata pedido de prisão de Ciro, mas pede restrições cautelares

PDT fluminense sonha com Ciro para disputar Governo do Rio de Janeiro

Turismo brasileiro registra maior faturamento da série histórica e soma R$ 108 bilhões no semestre

Fux diverge de Moraes e Dino e vota por anular processo da trama golpista no STF

A última jogada do STF no tabuleiro do Golpe de 8 de janeiro – Moraes (rainha) já apontou o ex-rei (Bolsonaro) como chefe do golpe; Fux (bispo) tenta anular tudo

Fortaleza registra deflação de 0,07% em agosto com queda de energia e alimentos

Ceará inaugura terminal multimodal de cargas frias no Pecém com investimento de R$ 105 milhões

Quando o sentido chega depois; Por Gera Teixeira

E agora, Padre Melchior? Por Paulo Elpídio de Menezes Neto