
“Sem povo, não há democracia. Sem democracia, não há povo”, sem autor por direito adquirido
“Democracia é a forma de governo em que o povo imagina estar no poder”, Carlos Drummond de Andrade
Não é a ameaça ou a segurança que a esquerda ou a direita inspiram nestes jogos de poder que assustam ou tranquilizam os cidadãos e as cidadãs em um estado provisório de democracia. É a dúvida quanto aos mecanismos e instrumentos de governabilidade que uma ou outra usará no cerco ao território do Estado.
O fascismo, tanto quanto o comunismo, são filhotes de uma mesma ninhada. Trazem na sua estrutura genético-ideológica os genes e uma sequência de informações para a reprodução das ideias e dos indivíduos.
O DNA da índole totalitária, a ser despertada a seu tempo, toma forma nos vazios dessa construção, reconhecidamente complicada. Praticam o culto da Nação e do Estado, seguem disciplinadamente as regras a que recorrem nesta dramaturgia da Autoridade mitificada, infundem os rasgos de uma consciência, fruto de um cuidadoso “imperativo categórico”. Navegam nas águas turvas da “insegurança política” e produzem o aparato normativo que as tornam “legais” e, por serem assim — legítimas.
Em linguagem comezinha, vulgar, “esquerda” e “direita” apresentam-se como o cerco a Troia. Distinguem-se pelo particularismo da estratégia, porém igualam-se pela tática lesta da “blitzkrieg” do assalto aos poderes do Estado.
No passado recente, ao fim da I Guerra [terá terminado a tempo para o inicio da II Grande Guerra?], esquerda e direita recorreram às armas e às trincheiras, ao “holodomor” do trágico das reformas de uma “dramaturgia de sangue” e ao genocídio para a conquista do poder.
Mao e Gramsci puderam demonstrar, na teoria e na prática, que o poder do Estado come-se-o pelas beiradas, sem sangue, com a engenhosidade das artes do convencimento, da dialética e de um punhado de utopias fora de uso.
Talvez seja este o modelo em gestação para uma “guerrilha democrática”, tal como pareceu, numa das ultimas performances de uma “live” encenada por estes dias, em Brasília, a um “senhor dos anéis” das nossas pobres esperanças… Nesta saga brasiliense, assoma a figura do guerreiro para evitar que o “anel do poder” retorne às mãos de Sauron, o “Senhor sombrio” de uma incrível mitologia do Poder.







