
O que está acontecendo
Governadores da direita articulam uma frente alternativa a Jair Bolsonaro, mesmo com o ex-presidente insistindo que ainda comanda a oposição. Ronaldo Caiado (União Brasil), Eduardo Leite (PSDB), Romeu Zema (Novo) e Ratinho Junior (PSD) têm se movimentado nacionalmente — e sinalizam que não vão esperar a “benção” de Bolsonaro.
Por que importa
Com Lula em baixa e Bolsonaro inelegível, a disputa de 2026 pode ter uma nova cara. A direita tradicional tenta ocupar o vácuo com nomes que agradem o centro e afastem o discurso mais radical. Mas a fragmentação pode ser um risco.
Os movimentos mais recentes
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Caiado lançou sua pré-candidatura e diz que várias candidaturas no 1º turno ajudam a direita a “trabalhar em mais frentes”.
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Eventos estratégicos reuniram Caiado, Zema e Ratinho em redutos bolsonaristas como Uberaba (MG) e Ribeirão Preto (SP).
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Zema e Ratinho já falam em aliança futura contra Lula.
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Federação União-PP exige viabilidade eleitoral: Caiado terá que alcançar ao menos 10% nas pesquisas ainda em 2025.
Nos bastidores
Mesmo aliados admitem: Caiado não empolga. Quem aparece como plano A da nova federação é Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), considerado o nome “do consenso”. Ele agrada a base conservadora, sem os desgastes do bolsonarismo raiz.
O que diz o Congresso
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A federação União-PP quer colar em um nome com chances reais — para evitar prejuízo nas eleições proporcionais.
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Segundo o líder do PP, Doutor Luizinho, “não dá para apoiar um nome inviável”.
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A federação já prepara o desembarque do governo Lula e deve devolver ministérios até o início de 2026.
A resposta de Lula
Sentindo o cerco se formar, o presidente avisou a aliados na semana passada: será candidato à reeleição. A avaliação no Planalto é que a hesitação pública estava alimentando as ambições da direita.
Cenário eleitoral
Segundo o Datafolha (abril), a aprovação do governo Lula subiu de 24% para 29%, mas a rejeição ainda é de 38%. O campo do centro-direita enxerga aí uma janela para conquistar eleitores moderados, cansados tanto do petismo quanto do bolsonarismo puro-sangue.
Entrelinhas
Não se trata mais de pedir autorização. A nova direita quer mostrar que também sabe jogar sem o capitão.