
[De palavras e conceitos são feitos os mitos da nossa liturgia politica]
“O ser humano é um animal político; o homem é necessariamente governante ou governado”, Maquiavel
Paulo Elpidio
A independência ou a quebra dos laços de subordinação que submetem países sob conquista colonial ou militar a potências estrangeiras, reveste-se da força de um “mito” institucionalizador. Transforma-se em imagem firme no imaginário coletivo do seu povo como um “rito de passagem,” [diríamos, um “rito fundador”], a liturgia de um processo essencial de afirmação de “soberania política”.
Assim foi institucionalizado o “7 de setembro”, feito traço da nossa nacionalidade, consagrada no mito de uma solitária “Proclamação”, a desoras no Campo de Santana, no Rio de Janeiro.
Independência e Soberania inscreveram-se na nossa Carta Magna, em todas elas, das mais liberais às mais autoritárias, nestes anos atribulados da nossa vida republicana.
Criamos no Brasil, um “Sistema de legitimidade” segundo uma ardilosa fórmula plausível, a única possivel em um pais dominado por controles e vezos autoritários ancestrais e primitivos, ao estilo peninsular.
É esse padrão “legalista” de “soberania”, legitimado pela arquitetura de uma constitucionalidade formal, que nos acostumamos a celebrar como modelo de um “Estado democrático de direito”.
É sobre essa pedra fundadora que nos apresentamos ao mundo, livres de constrangimentos, de braços dados à sedutora imagem de uma tentação totalitária pós-moderna.







