O fato: A pesquisa Barômetro do Poder, conduzida pelo InfoMoney, revelou que 47% dos principais analistas políticos e consultores de risco consideram “altas” ou “muito altas” as chances de o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atingir a meta fiscal estabelecida para 2024, conforme previsto na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). A soma das respostas otimistas representa um aumento de 12 pontos percentuais em relação à edição anterior, realizada em agosto. A meta para este ano é de um déficit zero, com uma margem de tolerância de até 0,25% do PIB, ou R$ 28,756 bilhões.
Impacto: Para conter gastos e alinhar-se com as metas, o governo já implementou bloqueios orçamentários, que somam R$ 13,3 bilhões atualmente. No terceiro trimestre, foram contingenciados R$ 3,8 bilhões, que, mais tarde, foram liberados após projeções mais favoráveis indicarem um déficit de R$ 23,3 bilhões, dentro do limite previsto.
Alerta: Apesar do otimismo em relação ao cumprimento da meta, 59% dos especialistas demonstraram preocupação com o uso de políticas parafiscais, que poderiam comprometer o equilíbrio das contas públicas. Em uma escala de 1 a 5, o risco médio associado a essas políticas foi de 3,71, indicando incertezas sobre a solidez fiscal do país. O governo federal planeja anunciar novas medidas para controle de despesas, especialmente em programas obrigatórios, como o seguro-desemprego e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), possivelmente antes da cúpula do G20.
Contexto e próximos passos: O Barômetro do Poder ouviu 17 especialistas entre os dias 4 e 8 de novembro, incluindo consultores e analistas políticos independentes. Na visão dos especialistas, o recente ceticismo fiscal dos mercados reflete o clima de incerteza global e interno, e a expectativa é que o governo Lula detalhe um plano de contenção de gastos até o final de novembro.