
O fato: A atividade econômica brasileira registrou retração em setembro, segundo dados divulgados pelo Banco Central (BC) nesta segunda-feira (17). O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado um termômetro do andamento da economia, caiu 0,2% na comparação com agosto, após ajustes sazonais. No terceiro trimestre, de julho a setembro, a queda acumulada foi de 0,9%.
Contexto: Apesar do recuo no curto prazo, o desempenho anual ainda é positivo. Na comparação com setembro de 2024, o indicador avançou 4,9%, sem ajuste sazonal. No acumulado de 2025, o IBC-Br subiu 14,2%, e, nos últimos 12 meses, registrou alta de 13,5%. O índice reúne informações dos principais setores produtivos, indústria, comércio, serviços e agropecuária, além de dados referentes à arrecadação de impostos.
Por que importa: O IBC-Br é um dos instrumentos utilizados pelo Comitê de Política Monetária (Copom) para calibrar a taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 15% ao ano. Com a desaceleração da atividade e o arrefecimento da inflação, o BC optou por manter a Selic estável pela terceira vez consecutiva. Ainda assim, deixou aberta a possibilidade de voltar a elevar os juros caso avalie necessário, em meio a um cenário internacional instável e a inflação doméstica acima da meta de 4,5%.
Inflação em queda: O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou para 0,09% em outubro, o menor nível para o mês desde 1998, influenciado principalmente pela redução na conta de luz. No acumulado de 12 meses, a inflação ficou em 4,68%, retornando ao patamar abaixo de 5% pela primeira vez em oito meses, ainda ligeiramente acima do teto da meta.
PIB não segue a mesma metodologia: Embora o IBC-Br seja acompanhado pelo mercado, ele não funciona como uma prévia exata do Produto Interno Bruto (PIB). O PIB, calculado pelo IBGE, mostrou crescimento de 0,4% no segundo trimestre deste ano, impulsionado pelos setores de serviços e indústria. Em 2024, o país fechou com expansão de 3,4%, o quarto ano consecutivo de crescimento econômico.






