
O fato: O Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), braço financeiro dos países do Brics, anunciou nesta segunda-feira (7) um pacote de investimentos que reforça a presença da instituição no Brasil, com foco no fortalecimento da infraestrutura energética do Nordeste. O principal projeto é a construção de uma nova linha de transmissão de energia, orçada em aproximadamente US$ 3 bilhões, viabilizada por meio de um memorando de entendimento com a subsidiária brasileira da estatal chinesa State Grid.
Objetivo e detalhes: O objetivo é ampliar a capacidade de escoamento da energia limpa gerada na região, que desponta como um dos principais polos de produção de fontes renováveis do país. A iniciativa marca um novo movimento de consolidação da influência sino-brasileira no setor energético e ocorre em meio à Cúpula do Brics 2025, realizada no Rio de Janeiro.
Além do megaempreendimento no Nordeste, o banco confirmou o financiamento de US$ 200 milhões em yuan — moeda chinesa — para modernizar a infraestrutura da CPFL, grupo com atuação estratégica em energia renovável no Brasil. O uso da moeda local integra a nova diretriz do NDB de reduzir a exposição cambial dos países membros e fomentar a robustez das economias domésticas.
“Estamos cada vez mais sintonizados com as necessidades do Sul Global. Investimos não só em energia, mas também em inteligência artificial, data centers, telemedicina e hospitais inteligentes”, declarou a presidente do NDB, Dilma Rousseff, durante coletiva de imprensa. Ex-presidente do Brasil, ela agora comanda uma carteira de crédito global que soma US$ 40 bilhões, dos quais US$ 22,4 bilhões já foram desembolsados.
Desde sua fundação, em 2014, o banco já aprovou US$ 6,3 bilhões para o Brasil — US$ 4 bilhões já executados — em 29 projetos considerados estratégicos. A carteira ativa no país hoje corresponde a R$ 2,3 bilhões.
A agenda de expansão do banco também inclui diplomacia financeira. Dilma anunciou a adesão de dois novos membros ao NDB: Colômbia e Uzbequistão, elevando para 11 o número total de países. Além dos fundadores — Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul — o grupo já havia incorporado Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos.