
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou nesta quinta-feira (14) investimento direto de US$ 74,9 milhões (R$ 405 milhões) na Eve Air Mobility, subsidiária da Embraer responsável pelo desenvolvimento do eVtol — aeronave elétrica de pouso e decolagem vertical, conhecida como “carro voador”, que será produzida em Taubaté (SP).
Compra de ações e reforço de capital
O aporte será feito por meio da compra de BDRs (certificados brasileiros lastreados em ações da Eve negociadas nos Estados Unidos), em uma oferta privada. Após a operação, a Eve planeja disponibilizar BDRs na Bolsa brasileira.
Segundo o BNDES, os recursos vão fortalecer a estrutura de capital e financiar atividades de pesquisa e desenvolvimento essenciais ao plano de negócios da empresa.
Parte de estratégia maior
O investimento é conduzido pela BNDESPar, subsidiária do banco, e integra a retomada, anunciada em junho, da compra de participações acionárias, suspensa por cerca de dez anos. A meta é aplicar até R$ 10 bilhões em empresas ligadas à transição ecológica, descarbonização e inovação.
“O apoio do BNDES é um passo estratégico para colocar o Brasil na vanguarda da mobilidade aérea sustentável”, afirmou o presidente do banco, Aloizio Mercadante.
Série de apoios à Eve
Este é o terceiro apoio do BNDES à Eve em menos de um ano:
- Outubro/2024: R$ 500 milhões para construção da fábrica em Taubaté (BNDES Mais Inovação).
- Dezembro/2024: R$ 200 milhões para desenvolvimento de protótipos (Fundo Clima).
- Agosto/2025: US$ 74,9 milhões em compra de ações (BNDESPar).
A operação marca ainda a segunda compra direta de ações desde a retomada, após o investimento de R$ 114 milhões no Grupo Santa Clara, em julho.
Tecnologia e metas
A Eve desenvolve o eVtol com propulsão elétrica, sistemas autônomos e conectividade, além de um software próprio para gestão do tráfego aéreo urbano.
O modelo terá capacidade para cinco pessoas (quatro passageiros e um piloto), autonomia de 100 km e previsão de início de operação comercial em 2027, com produção inicial de 120 unidades anuais.
Segundo o CEO da Eve, Johann Bordais, a participação do BNDES representa “um marco importante” e reforça o compromisso da Embraer com o projeto.