O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que não participou da cerimônia de posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em janeiro de 2023, para evitar vaias. “Eu não iria me submeter à maior vaia do Brasil”, declarou, ao comentar pela primeira vez o motivo da ausência no rito oficial de transmissão da faixa presidencial.
A fala ocorreu durante seu depoimento nesta terça-feira (10) ao ministro Alexandre de Moraes, no Supremo Tribunal Federal (STF), no inquérito que apura tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
O que importa
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Bolsonaro tornou-se réu no STF no fim de março, acusado de articular uma tentativa de golpe de Estado e outros quatro crimes após perder as eleições presidenciais.
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Esta foi a sexta oitiva da atual fase do processo, considerada a mais aguardada pela cúpula da Corte.
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O julgamento sobre o mérito da denúncia está previsto para ocorrer em outubro.
Contexto
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Bolsonaro deixou o Brasil dois dias antes da posse de Lula e permaneceu por três meses nos Estados Unidos.
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Na ausência do ex-presidente, a faixa foi entregue a Lula por representantes da sociedade civil, num gesto simbólico que marcou a cerimônia de 1º de janeiro de 2023.
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O não comparecimento foi interpretado como gesto de rejeição à legitimidade do processo eleitoral.
O que vem a seguir
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O STF deve concluir até agosto a fase de depoimentos da investigação.
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A Procuradoria-Geral da República já se manifestou pela continuidade do processo, sustentando que há indícios de organização para subverter a ordem democrática.
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O julgamento no plenário do STF pode definir os rumos políticos e jurídicos de Bolsonaro nas eleições de 2026.