O Governo do Ceará colocou a política energética no centro da gestão e projeta economizar R$ 15 milhões por ano com a migração de 126 prédios públicos para o consumo de fontes renováveis, solar e eólica. O modelo, conduzido pela Secretaria da Infraestrutura (Seinfra), garante ao Estado redução média de até 30% nas contas de luz, além de sustentabilidade e previsibilidade orçamentária.
O contrato firmado com a comercializadora EDP Renováveis assegura o fornecimento de 13,4 MW médios até 2029, consolidando a entrada dos equipamentos no Mercado Livre de Energia. A Enel Ceará segue responsável pela distribuição, mas a compra passa a ocorrer com maior competitividade.
Saúde, educação e segurança no pacote de economia
Os impactos chegam a diferentes áreas. A Arena Castelão pode reduzir em 31,9% seus custos, enquanto o Centro de Eventos terá queda de até 24,6%. Na saúde, 27 hospitais e unidades administrativas vão gerar economia de R$ 8,4 milhões anuais; na educação, 65 escolas e coordenadorias pouparão R$ 2,1 milhões por ano.
Em agosto, 16 novos prédios foram incluídos no modelo, como o Hospital Geral de Fortaleza (HGF), que deve economizar R$ 2 milhões anuais, e o Centro de Especialidades Odontológicas (CEO), com redução de 21,6% nas despesas. Treze unidades prisionais também entraram na lista, com economia variando entre 16% e 25%.
Próximos passos: hospitais e equipamentos culturais
A expansão não para em 2025. Em setembro, a Seinfra adiciona ao programa o novo Hospital Universitário do Ceará, com previsão de economia de R$ 1 milhão ao ano, além do Hospital São José, Hospital Infantil Albert Sabin (HIAS), HJMA, Denarc, sede da SPS e escolas estaduais.
Para 2026, a projeção é de migrar 56 novos órgãos e prédios de alto consumo, incluindo ícones da cultura cearense como o Centro Dragão do Mar, o CineTeatro São Luiz, o Theatro José de Alencar e a Pinacoteca.
Com a medida, o Estado se antecipa em cinco anos à meta de autossuficiência energética prevista em decreto estadual. “Quando o governo economiza, o recurso pode ser revertido em novos projetos, hospitais e escolas para a população”, destacou Dickson Araújo, secretário executivo de Energia e Telecomunicações da Seinfra.