
A Agência Nacional do Petróleo (ANP) realiza nesta terça-feira (17) um leilão de 172 blocos para exploração de petróleo e gás — e o Ceará está diretamente na rota dessa nova fronteira energética.
Entre os blocos ofertados, estão áreas da Bacia Potiguar, que se estende até o litoral cearense. Essa bacia, junto com a da Margem Equatorial, é vista como uma das maiores apostas do setor, com potencial de 10 bilhões de barris.
O problema: o leilão ocorre sob fortes críticas ambientais, pressão do Ministério Público Federal e ações civis públicas que questionam a falta de estudos socioambientais robustos, especialmente na Foz do Amazonas e na própria Bacia Potiguar, que abriga ecossistemas frágeis e relevantes para a biodiversidade marinha nordestina.
⚖️ Disputa no Judiciário
•O MPF do Pará tenta barrar os 47 blocos da Foz do Amazonas.
•Entidades ambientalistas pedem a retirada de 118 blocos, incluindo áreas da Bacia Potiguar e até da região de Fernando de Noronha.
•Alegam risco a territórios indígenas, biodiversidade costeira e falhas no cumprimento das regras socioambientais.
🔥 Ceará no centro da disputa
•A Bacia Potiguar, que inclui o litoral do Ceará, é alvo de alto interesse, especialmente após descobertas geológicas semelhantes na África.
•A região se torna ainda mais estratégica diante dos conflitos no Oriente Médio, que pressionam mercados a buscar segurança no Atlântico Sul.
📈 O que diz a ANP
•A agência garante que os blocos estão dentro dos critérios da legislação ambiental.
•Adota, em áreas terrestres, uma faixa de proteção de 10 km de terras indígenas e unidades de conservação.
🌍 Contexto global
O leilão ocorre às vésperas da COP-30 e em pleno avanço da transição energética global, o que aumenta o desgaste internacional do Brasil. A contradição é evidente: o governo busca acelerar a exploração de combustíveis fósseis enquanto se apresenta como defensor da agenda climática.
➕ Detalhe que importa
O debate não é só sobre Amazônia. O Ceará está inserido diretamente nesse jogo de forças entre energia, economia e meio ambiente. O que está em disputa é o futuro do litoral nordestino, entre promessas de desenvolvimento e o risco de retrocessos ambientais.


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