O fato: O Cinema do Dragão completa 11 anos desde que passou a ser um cinema público e teve suas salas reinauguradas, após ampla reforma estrutural e reformulação curatorial realizadas em 2013. Não faltam motivos para celebrar essa bonita trajetória. Com público cativo, somente este ano, o Cinema do Dragão já recebeu mais de 34.000 espectadores, rendendo uma média mensal de 4000 usuários, e realizou mais de 80 estreias, quase a metade delas de filmes nacionais, reforçando o compromisso com a difusão do audiovisual brasileiro e, em particular, cearense.
A comemoração: Para comemorar mais um ano exitoso, o Cinema do Dragão realiza nova edição da mostra “Rememorações”, uma ampla agenda gratuita com sessões especiais aos domingos. Também é comemorado neste mês o centenário do Cinema Cearense. Celebrar essa data é resgatar o histórico da potente produção audiovisual do Ceará, cada vez mais reconhecida no Brasil e no exterior, reforçando sua relevância e permanência e valorizando seus profissionais. Nesse contexto, a programação do “Rememorações – 11 anos do Cinema do Dragão” dedica-se à reflexão sobre traços da história do Cinema Cearense e homenageia Ambrosina Teodorico da Costa.
Ambrosina: Nascida em 1886, no dia 13 de maio, data emblemática que também marca o Dia da Abolição da Escravatura, Negra Ambrosina, como era conhecida, foi uma pianista cearense responsável pela trilha ao vivo de filmes silenciosos em salas de cinema de Fortaleza, no começo do século XX. Segundo o programador e curador do Cinema do Dragão, Fabio Rodrigues, o projeto Rememorações consiste num modo ativo de pensar e lidar com as memórias do espaço, ora refazendo projetos especiais que já ocorreram, ora trazendo uma programação especial que reenergize, propondo novidades que estejam sintonizadas com a historicidade próprias das suas salas.
A programação: Abrindo a programação comemorativa, o Cinema do Dragão realizou, no último domingo (1º), sessão gratuita de “O Sertão das Memórias” (1996), com direção de José Araújo, filme fundamental para entender o cinema cearense, exibição raríssima depois de quase trinta anos de sua realização. Em breve, o filme ganhará sessão extra em 35mm com presença do diretor. No dia 8, dois importantes filmes do cinema cearense também terão sessão especial franca. A partir das 16h10, na sala 2, o curta “Cine Holiúdy – O Astista Contra o Caba do Mal” (2004), com direção de Halder Gomes, será exibido em 35mm, exibição seguida de conversa com o diretor. Logo depois, às 17h, será a vez do clássico “Corisco & Dadá” (1996), com direção de Rosemberg Cariry, ser exibido. No dia 15, integrando o projeto “Nas Trilhas do Dragão”, o Cinema do Dragão, em parceria com Descoloniza Filmes, exibe “A Música Natureza de Léa Freire” (2023), com a presença do diretor Lucas Weglinski.
Ingressos: Os ingressos, que têm valor de R$ 8,00 a meia e R$ 16,00 a inteira, podem ser adquiridos na plataforma Ingresso.Com (https://www.ingresso.com/cinema/cinema-do-dragao) e na bilheteria física no Cinema.
Cinema Nacional: No dia 22, dois programas do Cinema fortalecem o cinema nacional e o público local. A partir das 9h, acontecerá mais um Cinema com Tapioca, programa criado por Franzé Santos que privilegiava produções cinematográficas das décadas de 1940 a 70 e que acontecia nas manhãs de domingo, no Dragão do Mar. A edição deste ano exibirá em 35mm o filme “Eu não conhecia Tururu” (2000), com direção de Florinda Bolkan, sobre o cotidiano de uma família matriarcal, formada por uma viúva e suas quatro filhas, que se reúne para o casamento de uma delas. Além do filme, será servido um café da manhã, fazendo da sessão um espaço de convivência, encontro e entretenimento, voltado, especialmente, para pessoas com mais de 60 anos. Já às 16h, o programa Vizinhanças, com sessão gratuita para grupos, associações, coletivos e organizações comunitárias de Fortaleza, traz “A Arte do Salto”, sessão especial que homenageia a centenária comunidade Poço da Draga, com os curtas-metragens “A Velha e o Mar” (2005), de Petrus Cariry; “Ponte Velha” (2018), de Victor de Melo; “Quando o mar” (2018), de Lua Alencar; e “O Velho e o Novo Poço da Draga” (2011), dirigido por Álvaro Graça.