Fortaleza — Hotel Mareiro, 22.out.2025 (manhã). Auditório lotado, jingles antigos ecoando (“Sabiá” e o clássico “Galeguim do Zoi Azu”), abraços coreografados e a velha parceria reencenada no palco. Ciro Gomes, 67, filiou-se de volta ao PSDB com a ficha abonada por Tasso Jereissati. Clima de reencontro — e de pré-jogo para 2026.
“Pela primeira vez em muitas eleições, há uma aliança capaz de confrontar a hegemonia no Ceará — e vencer.”
O comando
-
Ciro foi anunciado como presidente do PSDB no Ceará.
-
José Sarto assume a presidência municipal em Fortaleza.
-
Mensagem interna: reorganizar a casa, preencher diretórios no interior e reabrir portas que ficaram fechadas.
“Ciro tem duas missões: reconstruir um partido de centro no Brasil e, no Ceará, reconstruir a cultura de alegria, entusiasmo e orgulho de ser cearense.”
Quem esteve (e o que disse)
-
André Fernandes (PL) circulou com bancada e cravou o tom:
“Em 2026, a oposição precisa estar unida. Temos mais convergências do que divergências.”
-
Capitão Wagner (União) falou em “virada de chave” e lembrou derrotas e retornos como combustível.
-
Roberto Cláudio enalteceu a amplitude da frente:
“Fazia anos que o Ceará não via uma oposição tão forte e tão criticada pelo governo — sinal de incômodo.”
-
Sarto voltou ao ninho tucano: discurso contra “hegemonia autoritária” e recado sobre adesões que não foram por “medo de perseguição”.
O subtexto do evento
-
Roteiro emocional: vídeos do período Ciro-governador, recortes de jornal, a memória de Chico Anysio admirador — narrativa de “gestão, modernização e autoestima”.
-
Símbolos: jingles, Beira-Mar como vitrine, plateia de prefeitos e vereadores do interior — sinalização para base social e redes.
Estratégia em duas frentes
Nacional
-
Reposicionar o PSDB como centro dialogável: tolerância, capacidade de convivência com diferenças e recomposição pós-cisões.
Ceará
-
Reerguer a oposição e a “marca” Ceará — com agenda de rua, interiorização e palanque competitivo para 2026.
Linha do tempo que se insinua
-
Redistribuição de comandos partidários no interior (curto prazo).
-
Janela de filiações e amarração com PL e União (médio prazo).
-
Teste de unidade em torno das vagas de governo, Senado e vice (pré-convenções).
“Não deu para trazer Roberto Cláudio para o PSDB — mas a frente existe e cresce.”
Por que importa (leitura Focus Poder)
-
Ciro ganha plataforma e máquina; Tasso empresta narrativa e lastro; PL/União agregam musculatura eleitoral. É o embrião de um polo competitivo para 2026.
-
A aposta é tática e simbólica: ocupar o centro, saturar a agenda local, nacionalizar o discurso sem perder o sotaque cearense.
O que observar já
-
Nomeações de diretórios e a capilaridade municipal.
-
Agenda conjunta Ciro–Tasso–Wagner–André nas regiões Cariri, Inhamuns, Sertão Central e Litoral Oeste.
-
Termômetro de redes e rua após a filiação: intenção de voto, rejeição e recall do “volta ao ninho tucano”.
“Resgatar o Ceará passa por derrotar o PT.”
Em uma frase: a volta de Ciro ao PSDB reorganiza o tabuleiro — um centro musculado tenta voltar a ser protagonista no Ceará.
