
O fato: O saldo das operações de crédito do sistema financeiro brasileiro cresceu 1,2% em setembro em comparação a agosto, totalizando R$ 6,180 trilhões e registrando um aumento de 9,9% no acumulado dos últimos 12 meses, conforme informou o Banco Central nesta quarta-feira, 30. O saldo de crédito para pessoas físicas subiu 1,0%, enquanto o das empresas teve uma alta de 1,6% no mesmo período.
O estoque de crédito livre aumentou 1,4%, enquanto o crédito direcionado, que utiliza recursos do BNDES e da poupança, cresceu 1,0%. Entre os recursos livres, o saldo para pessoas físicas avançou 0,7% e para empresas, 2,4%.
Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), o total de operações de crédito passou de 53,9% (dado revisado) para 54,2% entre agosto e setembro.
Inadimplência: A taxa de inadimplência nas operações de crédito livre com bancos se manteve em 4,5% em setembro, idêntica ao nível de agosto. Para pessoas físicas, a taxa também ficou estável em 5,6%, enquanto a de empresas caiu de 3,0% para 2,9%. A inadimplência do crédito direcionado permaneceu em 1,5%, e a taxa total, que inclui tanto o crédito livre quanto o direcionado, manteve-se em 3,2%.
Endividamento: O endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro passou de 47,8% em julho (dado revisado) para 47,9% em agosto. O recorde histórico foi registrado em julho de 2022, com 49,9%. Sem considerar as dívidas imobiliárias, o endividamento caiu de 30,0% para 29,9%.
O programa Desenrola, encerrado em maio, possibilitou a renegociação de R$ 53,07 bilhões em dívidas, equivalentes a 0,5% do PIB, e resultou em uma redução de 8,7% na inadimplência da população de baixa renda, que foi o foco do programa. Das 15,06 milhões de pessoas atendidas, 5 milhões pertenciam a esse grupo e renegociaram um total de R$ 25,43 bilhões em débitos.
O comprometimento de renda das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) aumentou de 26,4% em julho (revisado) para 26,8% em agosto. Desconsiderando os empréstimos imobiliários, essa taxa subiu de 24,3% (revisado) para 24,7%.
Taxas de juros e custo do crédito: A taxa média de juros no crédito livre aumentou de 39,8% ao ano em agosto para 39,9% em setembro. Em setembro de 2023, a taxa era de 43,3%. Para pessoas físicas, a taxa média subiu de 51,9% para 52,4%, enquanto para empresas, caiu de 21,0% (dado revisado) para 20,7%.
A taxa do cheque especial subiu de 132,9% (dado revisado) para 137,1% no período, enquanto a do crédito pessoal permaneceu estável em 42,1%. O juro médio para aquisição de veículos passou de 25,7% em agosto (dado revisado) para 25,5% em setembro.
O juro médio no crédito total, que inclui operações livres e direcionadas, diminuiu de 27,7% para 27,6% entre os períodos. Em setembro de 2023, essa taxa estava em 30,2%. O Indicador de Custo de Crédito (ICC) permaneceu estável em 21,8% de agosto até esta leitura, refletindo o volume de juros pagos em reais por consumidores e empresas no mês, considerando todo o estoque de operações.