O que houve:
Pesquisa Ipsos-Ipec revela que a reprovação ao governo Lula chegou a 43%, o pior índice desde o início do mandato. Apenas 25% avaliam a gestão como boa ou ótima. A confiança no presidente caiu para 37%. É o menor patamar já registrado.
Por que importa:
A imagem do governo se deteriora em todas as frentes. Cresce a insatisfação entre os mais escolarizados (51%), os mais ricos (59%) e os evangélicos (50%). Até entre quem votou em Lula no segundo turno de 2022, 23% dizem não confiar mais nele.
O pano de fundo:
A queda vem na esteira da crise envolvendo desvios no INSS e da percepção de um presidente ausente, que viaja muito e aparece pouco. Internamente, auxiliares reconhecem que o sumiço de Lula da cena pública tem pesado na avaliação negativa.
Números que chamam atenção:
- Sudeste: 47% reprovam, 23% aprovam
- Periferias: confiança caiu de 38% para 31%
- Nordeste: Lula ainda resiste com 38% de aprovação
- Expectativas frustradas: 50% acham que o governo está pior do que esperavam
Frase-chave:
“A confiança está negativa desde dezembro de 2023, antes mesmo da aprovação despencar”
— Márcia Cavallari, diretora do Ipsos-Ipec
Vá mais fundo:
A queda na confiança é um sinal de erosão reputacional mais profunda que a oscilação de aprovação. A narrativa de esperança que levou Lula ao terceiro mandato sofre desgaste diante de escândalos, falta de entrega visível e distância simbólica. Se o presidente não reocupar o centro da cena — com voz, gesto e presença —, o vácuo será preenchido por ruído, dúvida e desafeição.