O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou nesta quinta-feira (31) que a taxa de desemprego no Brasil caiu para 5,8% no trimestre encerrado em junho. O número representa uma forte melhora em relação aos 7% registrados no primeiro trimestre do ano, e marca o menor patamar da série histórica da Pnad Contínua, iniciada em 2012.
Essa foi a primeira divulgação da pesquisa após o IBGE atualizar sua base estatística, incorporando os dados do Censo Demográfico de 2022 e outras estimativas populacionais revisadas em 2024. O processo, chamado de reponderação, ajusta a amostragem da Pnad para refletir com maior precisão o perfil da população brasileira.
Dados surpreendem e reforçam cenário de recuperação
O resultado veio melhor que o esperado pelo mercado financeiro. Antes da divulgação, a mediana das projeções consultadas pela Bloomberg apontava uma taxa de 6%, com estimativas variando entre 5,8% e 6,2%.
A queda no desemprego confirma o movimento de recuperação do mercado de trabalho brasileiro nos últimos anos, impulsionado pelo aquecimento da atividade econômica e medidas de estímulo do governo federal. A geração de empregos e a melhora na renda vêm sustentando o consumo das famílias.
Crescimento sob pressão
Apesar do avanço no emprego, a pressão sobre os preços segue como desafio central. A demanda elevada, resultado do aumento da renda e da ocupação, tende a alimentar a inflação. Para contê-la, o Banco Central promoveu uma elevação agressiva da taxa Selic nos últimos anos. O ciclo foi interrompido nesta quarta-feira (30), com os juros mantidos em 15% ao ano.
Os juros elevados encarecem o crédito e limitam o fôlego da economia, podendo frear a expansão do mercado de trabalho nos próximos trimestres.
Outro fator de risco apontado por empresários é o tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre exportações brasileiras. A medida é vista como ameaça direta a empregos em setores voltados ao comércio exterior.