Festival Halleluya une espiritualidade, cultura pop, turismo religioso e profissionalismo de ponta

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O que começou como um modesto encontro de jovens católicos transformou-se, três décadas depois, no maior festival católico da América Latina. Fruto da ousadia da Comunidade Shalom, o Festival Halleluya é hoje um espetáculo de fé em movimento, cultura pop e profissionalismo exemplar.

A gênese de uma ideia

A primeira edição, realizada em 1997, reuniu pouco mais de sete mil pessoas no anfiteatro do Parque do Cocó na capital cearense. O nome “Halleluya”, com grafia propositalmente estilizada, já indicava o tom: um evento que combinaria louvor e cultura pop com espiritualidade e impacto social.

A iniciativa foi puxada por jovens da Comunidade Shalom, organização católica fundada em Fortaleza e reconhecida internacionalmente pelo Vaticano como associação privada de fiéis. Eles queriam um espaço alternativo à cultura de hedonismo que associavam a outras festas urbanas.

Não imaginavam, no entanto, o que viriam a erguer: um megafestival com shows, missas, esportes radicais, adoração ao Santíssimo Sacramento, espaço para crianças, tendas de oração e ações solidárias.

O Halleluya também terá um mutirão de atendimento de oração e aconselhamento com a presença de 30 sacerdotes disponíveis para confissões diárias no Espaço da Misericórdia, considerado o coração do festival.

O avanço e a estrutura

Hoje, o Halleluya movimenta mais de 1 milhão de pessoas por edição, ao longo de cinco noites na “Cidade da Paz”, localizada no Condomínio Espiritual Uirapuru (Ceu), no Bairro Dias Macêdo, em Fortaleza. A estrutura impressiona: são mais de 600 toneladas de equipamentos, 1.500 voluntários mobilizados, 200 profissionais de produção e 400 seguranças atuando diariamente. Só o palco principal tem 60 metros de largura — maior que o da maioria dos festivais seculares do país.

Em 2025, no palco principal, o Alive, o público poderá conferir apresentações de grandes nomes da música católica brasileira como Frei Gilson, Ir. Kelly Patrícia, banda Rosa de Saron, Padre Marcelo Rossi e Fábio de Melo. 

A entrada é gratuita. Toda a operação é mantida por patrocínios, parcerias com o poder público, doações espontâneas e uma complexa rede logística que envolve a Prefeitura de Fortaleza, o Governo do Estado e empresas privadas.

Umas das novidades deste ano, é a ampliação da via de acesso localizada na Rua Antônio Ferreira, próxima à Avenida Silas Munguba. Antes destinada apenas a pedestres, a via foi alargada para permitir o tráfego de veículos, facilitando a chegada e saída do público e melhorando o fluxo no entorno do Ceu.

Os bastidores e a engrenagem

O Festival Halleluya é promovido pela Comunidade Católica Shalom, através de uma estrutura organizacional comissionada por diferentes áreas (estratégica, tática e operacional).

Além da música, o festival oferece espaços como a Arena Radical, a  Praça da Misericórdia (voltada à oração e confissão) e o Halleluya Kids (atividades infantis). A estrutura contará ainda com praças de alimentação, lounges, estacionamento ampliado, Bazar Solidário, além de uma área exclusiva para a campanha de doação de sangue e cadastro de medula óssea, promovida em parceria com o Hemoce, reforçando o compromisso do festival com a solidariedade e a promoção da vida.

O impacto econômico

Se a fé move montanhas, também movimenta cifras. Segundo levantamento da Secretaria do Turismo de Fortaleza, o Halleluya gerou impacto econômico direto e indireto de mais de R$ 35 milhões na edição passada. A rede hoteleira reportou ocupação superior a 80% na semana do festival, enquanto aplicativos de transporte, bares e restaurantes registraram crescimento de até 40% na demanda.

O turismo religioso se consolidou como um eixo estratégico para a cidade, com o Halleluya sendo o principal expoente. “É um evento que mostra que cultura, espiritualidade e economia podem caminhar juntas”, afirma o secretário do Turismo do Ceará, Eduardo Bismarck.

Além da fé

Mais do que um festival, o Halleluya se tornou um símbolo da força da juventude católica no Brasil. Em tempos de fragmentação religiosa e polarização política, o evento se firma como um espaço de convergência, de fé vibrante, mas também de inovação e profissionalismo.

Em Fortaleza, ele já é parte do calendário afetivo da cidade — e, para muitos, uma experiência transformadora que mistura espetáculo e contemplação num mesmo gesto de fé.

Serviço

🎸 Festival Halleluya 2025
23 a 27 de julho
📍 Condomínio Espiritual Uirapuru (CEU)
Entrada gratuita e solidária
⏰ Todos os dias a programação começa com a Missa, às 18h
Abertura da Cidade da Paz às 16h
📆 Programação completa em festivalhalleluya.com

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