O fato: A Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda revisou a estimativa de crescimento da economia brasileira para 2024, elevando de 3,2% para 3,3% a previsão de expansão do Produto Interno Bruto (PIB). A revisão foi apresentada no Boletim Macrofiscal, divulgado nesta segunda-feira (18). Além disso, a estimativa para a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu de 4,25% para 4,40%.
Detalhes: Segundo a SPE, a revisão do PIB reflete um desempenho mais robusto do que o esperado no segundo trimestre, que registrou alta de 1,4%. A perspectiva de crescimento para o terceiro trimestre também foi ajustada de 0,6% para 0,7%, apesar de indicar uma desaceleração em relação ao ritmo observado anteriormente.
Setores como a agropecuária, indústria e serviços mantiveram expectativas estáveis ou ligeiramente ajustadas. A projeção para a indústria continua em 3,5%, impulsionada pelo desempenho das indústrias de transformação e construção, favorecidas por políticas como o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e a expansão do programa Minha Casa, Minha Vida. Já o setor de serviços teve uma pequena elevação, de 3,3% para 3,4%, apoiado por um mercado de trabalho aquecido e melhores condições de crédito.
Inflação: A previsão de inflação pelo IPCA subiu para 4,4%, situando-se próxima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, de 4,5%. Esse aumento reflete a aceleração dos preços de itens voláteis, como alimentos, e a influência de variações climáticas e cambiais. No entanto, a SPE projeta uma desaceleração da inflação a partir de novembro, com bandeiras tarifárias de energia mais favoráveis e a possibilidade de bandeira verde em dezembro.
Outros índices: Outros índices também foram revisados. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), usado para corrigir o salário mínimo e aposentadorias, deve encerrar o ano com alta de 4,4%, enquanto o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI), que reflete os preços no atacado, subiu para 6,4%.
Perspectivas para 2025: A SPE estima um crescimento de 2,5% para o PIB no próximo ano, atribuído a um cenário de maior restrição monetária com possíveis elevações na taxa Selic. Ainda assim, a safra de grãos e a produção extrativa devem compensar parcialmente os impactos da política monetária mais contracionista.
Para a inflação, a estimativa do IPCA em 2025 foi ajustada de 3,3% para 3,6%, influenciada por fatores como a valorização cambial e o aumento esperado no preço de proteínas animais.