Por que importa:
A política econômica do governo do presidente Lula enfrenta ceticismo crescente. Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central e um dos arquitetos do Plano Real, aponta sete fatores que explicam a crise de confiança que tem deixado o poder desnorteado.
Os pontos de Franco:
- Bagagem ideológica:
Os economistas ligados ao PT historicamente desprezam o equilíbrio fiscal. Embora tentem parecer pragmáticos no governo, não convencem o mercado devido à falta de clareza óbvia. - PEC da transição:
O aumento de gastos contratados foi exagerado, exigindo do Banco Central um ajuste severo para conter os impactos. O resultado? Um cenário de inconsistência econômica. - Falta de novas ideias:
O governo não apresentou um plano econômico claro. Reciclar programas do passado não responde aos desafios atuais. - Escolhas questionáveis de prioridades:
A aposta no arcabouço fiscal e na reforma tributária revelou falta de foco estratégico. Comparar a reforma ao Plano Real expõe um entendimento superficial de ambos. - O recheio do arcabouço fiscal:
A falta de desconforto no novo sistema gerou desconfiança quanto ao comprometimento real com a responsabilidade fiscal. - Ilusão fiscal pela receita:
A crença de que “justiça tributária” e cortes em privilégios resolveriam a questão fiscal ignora a complexidade do problema. - Pacote de corte de gastos:
O anúncio do ministro na rede nacional foi considerado um fiasco. Revelou uma abordagem simplista, com os ecos da Nova República: “Quem (acha que) está salvando a democracia, não faz conta”.
Vá mais fundo:
- A análise de Franco reforça a percepção de que, sem um compromisso sólido com o equilíbrio fiscal, a revisão da política econômica continuará abalada.
- O pacote de Haddad e as ações do governo enfrentaram o desafio de reconquistar a confiança perdida.
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