
O fato: O IGP-M, conhecido como a “inflação do aluguel”, voltou a registrar deflação no acumulado de 12 meses pela primeira vez desde maio de 2024. Entre dezembro de 2024 e novembro de 2025, o índice marcou -0,11%, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (27) pela Fundação Getulio Vargas (FGV).
Contexto: O indicador é amplamente utilizado como referência para reajustes de contratos de locação, residenciais e comerciais, e vinha operando no campo positivo desde junho de 2024, chegando ao pico de 8,58% em março de 2025. A reversão agora ocorre mesmo após o resultado mensal de novembro ter sido positivo (0,27%), interrompendo a queda de outubro (-0,36%).
O que explica: A deflação acumulada é puxada principalmente pelo recuo de 2,06% no Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que responde por 60% do IGP-M. Segundo o economista do Ibre/FGV, Matheus Dias, boa parte de 2025 foi marcada por quedas expressivas nos preços industriais e agropecuários. Já o IPC avançou 3,95%, e o INCC subiu 6,41%.
Impacto: Apesar do número negativo, a queda do IGP-M não garante redução automática nos contratos de aluguel, já que muitos trazem cláusulas que só permitem reajuste quando o índice é positivo. Além do mercado imobiliário, o IGP-M também corrige tarifas públicas e serviços essenciais, ampliando o alcance da deflação.
O quadro geral: A FGV coletou preços em sete capitais entre 21 de outubro e 20 de novembro. A retirada da forte alta de novembro de 2024 (1,30%) da base de comparação foi decisiva para o indicador voltar ao campo negativo, um movimento que recoloca o IGP-M no centro das discussões sobre reajustes e pressionará negociações entre proprietários e inquilinos nos próximos meses.






