
O fato: A inflação perdeu força em outubro e registrou o menor resultado para o mês em 26 anos. O IPCA avançou apenas 0,09%, segundo o IBGE, número bem abaixo das projeções do mercado e distante dos 0,48% de setembro, quando a conta de luz havia pressionado o índice.
O que puxou o alívio: A queda de 2,39% na energia elétrica residencial foi decisiva e gerou impacto negativo de 0,10 ponto percentual no IPCA. A mudança da bandeira tarifária, que reduziu a cobrança extra nas contas de luz, ajudou a derrubar os custos. Também contribuíram itens como aparelhos telefônicos (-2,54%) e seguro de automóveis (-2,13%).
Contexto dos grupos: O grupo Habitação foi o principal responsável pela desaceleração, com recuo de 0,30%. No sentido oposto, Vestuário liderou as altas, subindo 0,51%. Alimentação e bebidas, que tem maior peso na inflação, ficou praticamente estável: 0,01%, o menor resultado para outubro desde 2017.
Alimentos: Dentro da alimentação no domicílio, arroz (-2,49%) e leite longa vida (-1,88%) puxaram o índice para baixo. Já batata-inglesa (8,56%) e óleo de soja (4,64%) tiveram alta expressiva. A alimentação fora de casa subiu 0,46%, influenciada por lanches e refeições.
Movimento geral: Mesmo com a desaceleração, alguns segmentos continuaram pressionando o índice. Saúde e cuidados pessoais avançaram 0,41%, puxados por higiene pessoal e planos de saúde. Despesas pessoais subiram 0,45%, com destaque para empregado doméstico e pacote turístico. Transportes variaram 0,11%, sobretudo por causa das passagens aéreas (4,48%) e combustíveis (0,32%).
Leitura técnica: Segundo Fernando Gonçalves, gerente do IPCA no IBGE, energia mais alimentos estáveis foram o eixo da desaceleração. Sem esses dois componentes, o índice de outubro teria sido 0,25%.
Resultado consolidado: Com o desempenho do mês, a inflação acumula alta de 3,73% em 2025 e 4,68% em 12 meses. Trata-se do menor IPCA para outubro desde 1998 e uma sinalização importante para a dinâmica de preços no fim do ano.






