Por que importa:
Em novo artigo, o economista e ganhador do Nobel Paul Krugman volta a atacar a tarifa de 50% imposta por Donald Trump às exportações brasileiras. Para ele, além de “maligna e megalomaníaca”, a medida é escancaradamente ilegal — e precisa ser denunciada como tal.
O que diz Krugman:
Em sua análise, Krugman lembra que a lei americana até dá margem para o presidente impor tarifas sem aprovação do Congresso, mas só em situações específicas:
- Para proteger uma indústria americana ameaçada (Seção 201);
- Por razões de segurança nacional (Seção 232);
- Para combater práticas comerciais desleais (Seção 301);
- Para aplicar medidas antidumping;
- Em caso de emergência econômica internacional.
Para o Nobel, Trump distorce todos esses instrumentos — e o caso do Brasil é ainda mais grave: não existe qualquer argumento econômico. “É uma tentativa de interferir na política interna de outro país”, escreve, citando a carta do próprio Trump a Lula, na qual o ex-presidente dos EUA admite abertamente que a tarifa é motivada pelo julgamento de Jair Bolsonaro no Supremo.
No detalhe:
Krugman ironiza a falta de justificativa: “O próprio Trump diz que está tudo ótimo na economia americana. Então, qual emergência econômica?”. Para ele, o objetivo real é político — e isso fere a lei.
Recado à imprensa:
“Não se trata de ‘testar os limites da autoridade’, como a grande mídia costuma suavizar. Trump está quebrando a lei. Ponto. E isso deveria ser noticiado dessa forma”, dispara Krugman.
E agora?
Para o economista, o Judiciário americano, hoje politizado, pode até engolir mais essa manobra. Mas é preciso constranger a Suprema Corte, obrigando-a a se posicionar: “Alguém deveria processar. Alguém deveria expor essa aberração de poder presidencial.”
Em uma frase:
Para Paul Krugman, a tarifa contra o Brasil não é só abusiva — é uma confissão de crime comercial travestido de retaliação política. E ignorar isso é compactuar.