
A fala sobe o tom diplomático num momento em que as tensões Brasil-EUA já se avolumam. Há pressão no Congresso americano para usar a Lei Magnitsky contra autoridades brasileiras — o que pode atingir até ministros do STF.
O detalhe irônico
O recado de Lula seria coerente se não fosse por um detalhe: o mesmo Lula que agora cobra “soberania” foi à Argentina, em 2023, subir palanque com Cristina Kirchner — ré em processos por corrupção e condenada em primeira instância. Ali, Lula criticou a Justiça argentina, chamou o cerco de “lawfare” e se colocou como fiador moral da vice de Alberto Fernández.
Ou seja: no Brasil, ninguém mete o bedelho; na Argentina, para Lula, não há problema em se meter nos assuntos internos.
Aspas que definem o clima
“Esse país tem lei, esse país tem regra e esse país tem um dono chamado povo brasileiro.” (Lula, agora)
“Fizeram com Cristina Kirchner o mesmo que fizeram comigo.” (Lula, em Buenos Aires)
No pano de fundo
Enquanto Trump tenta surfar no apoio a Bolsonaro para ativar sua base conservadora, Lula ensaia o discurso de blindagem institucional para 2026 — mas as contradições seguem expostas.
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