Nordeste: quase 80% dependem do dinheiro de programas sociais

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Por quê importa: A pesquisa do Centro de Estudos para o Desenvolvimento do Nordeste – Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), com dados da PNAD Contínua – IBGE de 2021 a 2023, revela que quase 80% da renda das famílias em extrema pobreza no Nordeste são oriundos de programas sociais, destacando a contínua dependência dessas transferências de renda, mesmo com melhorias no mercado de trabalho.

Panorama: Em 2023, a participação dos programas sociais na renda domiciliar da população mais pobre no Nordeste atingiu 78,8%, um aumento significativo em relação aos 60,4% de 2021. Paralelamente, a participação da renda do trabalho caiu de 32,9% para apenas 18,1% na mesma região, evidenciando a fragilidade do mercado de trabalho local e a crescente necessidade de políticas públicas mais robustas.

Detalhes:

  • O Nordeste continua sendo a região com maior desigualdade social do Brasil. Os programas de transferência de renda, como o Bolsa Família, são responsáveis por grande parte da renda dessas famílias.
  • A dependência desses programas é ainda mais acentuada em estados como o Rio Grande do Norte e Paraíba, onde os benefícios sociais compõem mais de 85% da renda das famílias em extrema pobreza.
  • O IBGE classifica como em extrema pobreza aqueles que vivem com menos de R$ 210 por mês. Essa definição é baseada em critérios internacionais, como a linha de pobreza extrema do Banco Mundial, que estipula uma renda de US$ 1,90 por dia como parâmetro global.
  • O estudo, conduzido por Flávio Ataliba Barreto (coordenador), Vitor Hugo Miro, João Mário Santos de França e Arnaldo Santos, também indica que, enquanto a taxa de desemprego no Brasil caiu para 7,8%, no Nordeste a taxa de desocupação entre os mais pobres continua alta, atingindo 57,6% em 2023.

 

Impacto: A análise do Centro de Estudos para o Desenvolvimento do Nordeste – FGV sublinha a importância dos programas sociais para a sobrevivência de milhões de brasileiros, mas também evidência a necessidade de estratégias de inclusão econômica mais eficazes, especialmente em regiões vulneráveis como o Nordeste.

O que vem a seguir: Especialistas apontam para a urgência de políticas públicas que não apenas ampliem a cobertura de programas sociais, mas também promovam o desenvolvimento econômico local, oferecendo melhores oportunidades de emprego e qualificação profissional.

Ceará, terra da luz: Caso Ceará – Quatro em cada dez pessoas no Ceará não possuem qualquer fonte de renda, diz IBGE. O Estado apresenta o décimo menor percentual do País e o quinto menor da região Nordeste. Na mesma linha, o Estado é o terceiro estado do País com o menor rendimento obtido por meio do trabalho segundo recente pesquisa do IBGE.

Conclusão: Esse estudo FGV reforça a complexidade da questão social no Brasil, onde, mesmo com melhorias econômicas em nível nacional, as disparidades regionais persistem, exigindo uma abordagem multifacetada para reduzir a pobreza extrema e promover a inclusão econômica sustentável.

Acesse o estudo completo no Blog do IBRE da FGV.

Fonte: Centro de Estudos para o Desenvolvimento do Nordeste – FGV IBRE, com dados da PNAD Contínua – IBGE.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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