Equipe Focus
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Duas novas pesquisas mostram o comportamento da imunidade conferida por três doses das vacinas de mRNA contra COVID-19 e a imunidade adquirida na recuperação pós-infecção.
Os estudos são independentes entre si, mas ao serem analisados em conjunto mostram que a proteção da terceira dose começa a diminuir quatro meses após aplicada, enquanto a imunidade natural dura seis meses ou mais.
A pesquisa sobre a terceira dose foi realizada no Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. Jill M. Ferdinands, foi o responsável da Equipe de Resposta a Emergências do próprio centro, além de autores de outras 13 instituições, incluindo universidades e hospitais.
Terceira dose
Ferdinands e colaboradores observaram que a terceira dose protegia mais que a segunda, mas diminuía com o tempo.
Durante a predominância da ômicron, a eficácia vacinal da terceira dose caiu de 87% nos dois primeiros meses para 66%, quatro a cinco meses após ser aplicada.
A queda na eficácia vacinal contra a ômicron foi mais dramática para aqueles que haviam sido inoculados apenas com a segunda dose: de 69% nos primeiros dois meses para 37% após cinco meses, considerando atendimento na emergência, e de 71% para 54% no caso das internações.
Imunidade natural
O outro estudo, publicado na revista PLoS Biology, liderado por Emilie Finch, observou se a infecção prévia por COVID protege contra a reinfecção.
Finch é do Centro de Modelagem Matemática das Doenças Infecciosas da Faculdade de Higiene e Medicina Tropical de Londres (LSHTM), Reino Unido.
Cerca de 95% das pessoas com COVID-19 sintomática desenvolvem anticorpos contra a doença, sendo que na maioria dos casos, isso ocorre dentro de três semanas após o início dos sintomas.