O fato: O número de matrículas no ensino superior na modalidade a distância no Brasil está praticamente empatado com a quantidade de estudantes no modelo presencial.
Caso a tendência de crescimento do ensino a distância (EAD) se mantenha, como vem ocorrendo nos últimos anos, esse modelo deve superar a educação presencial ainda neste ano.
EAD: Os cursos remotos têm ganhado mais alunos diante da facilidade logística e pelos custos mais baixos. Especialistas, porém, têm apontado a necessidade de melhorar a fiscalização sobre essas graduações de forma a evitar perda de qualidade – sobretudo em áreas estratégicas, como a formação de professores.
As faculdades, por sua vez, dizem que há boa estrutura e oferta de conteúdos na modalidade.
O Ministério da Educação (MEC) apresentou nesta quinta-feira, 3, os dados do Censo da Educação Superior 2023.
A análise é feita anualmente pelo Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) e considera instituições públicas e privadas. O ministro da Educação, Camilo Santana, que atua na campanha política das eleições municipais no Ceará, não participou da agenda.
Saiba mais: De acordo com os dados apresentados, no ano passado dos 9,9 milhões de estudantes no ensino superior, o Brasil registrou 4,9 milhões de alunos na modalidade a distância e 5,06 milhões no modelo presencial, diferença de apenas 150.220 matrículas.
O dado anterior a esse mostrava que dos 9,4 milhões de alunos, eram 4,3 milhões matrículas e na modalidade a distância e 5,1 no presencial, uma diferença de 781.729 vagas.
A estatística mostra que mesmo tempo em que o número de matrículas a distância cresce, a quantidade de alunos no presencial vem caindo. De um ano para outro, houve uma retração de cerca de 49 mil vagas no presencial. No mesmo período, foram quase 600 mil vagas a mais a distância.
Educação pública cresce: Os dados mostram ainda que pela primeira vez o país atingiu 1 milhão de vagas na rede pública. Houve um aumento de 19% no último ano, considerando tanto vagas presenciais como a distância. A maior parte das vagas do ensino superior, no entanto, está na rede privada, que detém 23,6 milhões de cadeiras, quase 96% do total.
Leonardo Barchini atribuiu o aumento no número de vagas ao aumento de investimentos no ensino superior. As universidades federais pressionam constantemente o governo federal por mais recursos.
No fim do ano passado, reitores chegaram a enviar uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrando, no mínimo, R$ 350 milhões adicionais para as instituições, que estavam sob risco de não conseguir tocar suas atividades. Neste ano, o MEC recompôs R$ 242 milhões para as universidades em maio, e mais R$ 279 milhões em junho.