O Google enfrenta diversas críticas e ações nos tribunais por práticas de comunicação que levantam suspeitas sobre sua transparência. Em três processos antitruste diferentes, os juízes destacaram uma suposta “cultura sistêmica” de supressão de evidências. Os fatos foram desvendados em reportagem do The New York Times.
O contexto:
- O juiz James Donato (Califórnia) classificou o comportamento da empresa como “um ataque frontal à administração justa da justiça” e prometeu investigar os responsáveis.
- A juíza Leonie Brinkema (Virgínia) criticou as políticas de retenção de documentos, apontando que “uma quantidade enorme de evidências provavelmente foi destruída.”
- O Departamento de Justiça pressionou por diversas avaliações contra o Google, incluindo a presunção de que materiais eliminados prejudicariam a defesa da empresa.
O foco:
A alegação principal envolve práticas que visavam reduzir o armazenamento de registros potencialmente perigosos. Entre as medidas estava a configuração de chats corporativos para não salvar históricos, uma política defendida como “razoável na época” pelo principal advogado do Google, Kent Walker.
O paralelo histórico:
Desde sua fundação em 1998, o Google parece ter aprendido lições do caso antitruste contra a Microsoft nos anos 1990, quando documentos comprometedores emergiram e prejudicaram um gigante de tecnologia, aponta a reportagem. Para evitar um destino semelhante, o Google instituiu uma cultura de comunicação cautelosa que, segundo críticos, pode ter ido longe demais.
A consequência:
Juízes destacaram que o comportamento do Google, mesmo se legalmente defensável, cria uma percepção de má-fé. Recentemente, a empresa alterou suas políticas para salvar automaticamente registros de chat, mas os danos à consulta já estão em curso.
Por que é importante:
Esses casos ilustram o dilema das grandes corporações tecnológicas: equilibrar práticas de gestão de dados com a necessidade de transparência em processos legais.
Fonte: The New York Times