“To be or not To be, that’s the question”,William Shakespeare – Hamlet
“The importance of being Earnst”, Oscar Wilde
Uma parábola aplicável a estas trágicas circunstâncias que nos ameaçam:
Um senhor pacato, esquizofrênico por descuido e fraqueza, procura o psiquiatra e diz-lhe das visões que o acompanham. Um crocodilo lhe aparece em imagem forte e ameaçadora à noite. Todas as noites. Seus temores cresceram com relação ao réptil (seria da família dos gaviais, caimões ou aligatores?) e espera pelo pior.
O psiquiatra, um velho lacaniano, forrado de ciência e seguro dos seus cuidados, sugere tratar-se de um surto passageiro, que haverá de ceder com alguns ansiolíticos e comedimentos aconselhados em casos como este. Prescreve, ato contínuo, uma receita, faz as recomendações que o caso requer e marca a consulta do retorno:
“Tranquilize-se, vivemos estressados em um mundo ameaçador”.
Na data aprazada, o cliente não aparece. Preocupado, o esculápio pede notícias do paciente. A atendente, já acostumada a esses episódios de fuga, busca informações. Traz-lhe um quadro entristecedor, entra transtornada no gabinete.
Pergunta-lhe o médico: ”O que houve, cadê o seu Aristarco?”
E ela: “ Seu Aristarco das Neves foi comido ontem pelo crocodilo. Ele criava um no quarto que habitava numa pensão da Cidade 2 000”.
Estamos, nós os filhos desta terra , pátria amada, Brasil, a ponto de sermos abocanhados por um crocodilo ideológico-metafórico — e ninguém acredita no risco que corremos.
Arcanja dos Anjos sabe do que se trata, revelou ontem em um “live” assaz pedagógico sobre a fragilidade da democracia brasileira e como a China resolveu esse problema de forma eficaz e definitiva.
