Nas últimas semanas o Partido dos Trabalhadores (PT) animou, como nenhum outro partido o fez, a cena política cearense. No final de março, noticiou-se que o Ceará era o segundo estado com o maior número de novos filiados à legenda em todo o Brasil, ganhando quase 40 mil novos membros desde a eleição de 2024. Destes, pouco mais de 15 mil somente em Fortaleza.
Por óbvio, tudo por obra e graça das vitórias eleitorais da sigla no estado em 2024, quando passou de 18 para 47 prefeituras administradas.
Nem de longe esses números significam uma esquerdização do eleitorado cearense, ou mesmo uma “proletarização” em vistas de uma revolução em marcha. Trata-se de nosso bom e velho governismo, que ampliou, outrora, quadros de PSDB, PSB, PDT, PROS quando estes eram os partidos dos governadores. É a força centrífuga do líder e da “sombra do trono”, como dizia Joaquim Nabuco. Um traço cultural permanente de nossa “política”: não rende dividendos sendo-se oposição no plano local.
O que diferencia o petismo é a rede de movimentações em seu interior, produto de sua histórica rede de “correntes”.
Mas, a animação política dentro do PT não parou aí.
O grupo da deputada federal, e ex-prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins manteve os holofotes da imprensa, e os olhos da classe política, voltados para si ao anunciar, numa só tacada, seu nome para a disputa da vaga senatorial na eleição de 2026 (opondo-se, já agora, ao seu correligionário José Guimarães) e os nomes de suas aliadas Mari Lacerda e Liliane para as presidências municipal e estadual do PT, para as eleições que se aproximam. A lôra está atenta e não se deixa vencer pelo bloco de poder do partido.
E, como se não bastasse, uma terceira força surge no partido, para contrabalancear Guimarães (e seu “campo democrático”) e Luizianne (e seu “campo de esquerda”): agora é a vez do “campo popular”, que tendo à frente o ex-deputado Antonio Carlos reúne o que existe de mais “estabelecido” no poder, em termos de petismo estadual.
Então, nobre leitor/a, até 2026 ainda temos muitas emoções a acompanhar no interior do petismo, com seus vários campos em ebulição.