
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) as alegações finais contra sete acusados que integram o chamado núcleo 4 da trama golpista que tentou manter Jair Bolsonaro no poder após a derrota eleitoral de 2022. O parecer foi protocolado na noite desta quarta-feira (3).
O núcleo 4
Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), esse grupo teria se valido da estrutura do Estado para difundir informações falsas sobre o sistema eletrônico de votação e desacreditar o resultado das urnas. Para Gonet, a manipulação de informações alimentou a mobilização da militância bolsonarista, que culminou nos atos violentos de 8 de janeiro de 2023, em Brasília.
Os acusados são:
- Ailton Gonçalves Moraes Barros
- Angelo Martins Denicoli
- Carlos César Moretzsohn Rocha
- Giancarlo Gomes Rodrigues
- Guilherme Marques Almeida
- Marcelo Araújo Bormevet
- Reginaldo Vieira de Abreu
Todos respondem pelos mesmos cinco crimes: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.
O núcleo central
O núcleo 4 é o segundo processo mais avançado entre os quatro que tramitam de forma separada no STF. O mais adiantado é o núcleo 1, considerado o “central” pela PGR, que reúne as principais lideranças do complô, incluindo Bolsonaro.
Além do ex-presidente, são réus Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno, Mauro Cid, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto. O julgamento dessa ação começou na terça-feira (2), com a leitura do relatório do ministro Alexandre de Moraes, seguida pela sustentação do próprio Gonet e pelas defesas dos acusados.