Por que importa: O futebol brasileiro está vivendo uma transformação histórica. Com maior diversidade regional, fluxo de jogadores renomados que vêm de fora para jogar no País e o fortalecimento de clubes emergentes, a Série A do Brasil se aproxima do modelo competitivo e economicamente atraente da Premier League inglesa.
O grande momento
- Em 2025, pela primeira vez na era dos pontos corridos, cinco clubes nordestinos estarão na Série A, incluindo Ceará e Fortaleza, orgulhos do futebol cearense.
- O Ceará Sporting Clube, mesmo na Série B em 2024, mostrou sua força ao ter o maior público entre as duas principais divisões do país. O clube registrou 9 dos 10 maiores públicos da Série B, destacando-se como o novo representante do estado na elite.
- Enquanto isso, a rica Região Sul, que já chegou a ter sete clubes na Série A, terá apenas três representantes na eleite de 2025, ilustrando o novo equilíbrio de forças no futebol brasileiro.
Vai mais fundo
- A presença massiva de torcedores do Ceará Sporting Clube reafirma a paixão e o comprometimento dos torcedores da região, contribuindo para o fortalecimento financeiro e esportivo do clube.
- Já o Fortaleza reafirmou sua posição em um novo patamar, chegando a liderar o campeonato de elite e terminando em um impressionante quarto lugar em 2024, olhando pelo retrovisor clubes de grande referência como Internacional e Corinthians. Cite-se ainda uma média de público bastante alta em seus jogos em Fortaleza e participação em sequências nos torneios sulamericanos, incluindo a Libertadores da América.
- O Nordeste, antes subestimado, agora lidera com bons estádios, organização administrativa, exploração moderna do marjeting esportivo e planejamento estratégico, tornando-se um exemplo no cenário esportivo nacional.
Jogadores globais escolhem o Brasil
- O fluxo de craques estrangeiros para o futebol brasileiro é outro marco dessa transformação.
- Memphis Depay, estrela holandesa, é o mais novo ídolo do Corinthians, reforçando a reputação internacional do campeonato.
- Os clubes brasileiros estão atraindo jogadores renomados graças a investimentos em infraestrutura, estratégia competitiva e um público apaixonado que lota os estádios.
Um título inspirador
- Em 30 de novembro de 2024, o Botafogo venceu o Atlético Mineiro por 3 a 1 na final da Copa Libertadores, conquistando seu primeiro título na competição.
- A partida, no icônico Estádio Monumental, em Buenos Aires, foi emocionante: mesmo com uma expulsão aos 30 segundos, o Botafogo se superou com gols decisivos de Luiz Henrique, Alex Telles e Júnior Santos. O Botafogo é um exemplo clássico de ascenção com base na atuação de investidores estrangeiros que anteviram a força econômica e a influência mundial do Brasileirão.
O que vem por aí
- O Botafogo garantiu sua vaga no Mundial de Clubes de 2025, reafirmando o protagonismo do futebol brasileiro no cenário internacional.
- Com clubes nordestinos consolidados na Série A, públicos recordes e a chegada de craques estrangeiros, o futebol brasileiro se torna cada vez mais competitivo e atraente para investidores e fãs.
Por trás disso tudo
Gestão profissional, maior equilíbrio regional e estratégias de mercado bem definidas estão remodelando o futebol brasileiro. Essa evolução não só eleva o campeonato nacional como também posiciona o Brasil como uma potência global do esporte.
Transformação do futebol brasileiro
O que aconteceu
Quatro dos 12 maiores clubes do Brasil adotaram o modelo de Sociedade Anônima do Futebol (SAF) desde 2021, atraindo investimentos e gerando casos de sucesso. Um exemplo é o Cruzeiro, comprado por Ronaldo Fenômeno por US$ 70 milhões quando enfrentava dívidas e estava na segunda divisão. Em 2023, o clube foi vendido por US$ 100 milhões, já de volta à elite.
Por que importa
O modelo SAF atrai capital privado e tem potencial de mudar o cenário do futebol brasileiro, mas seu sucesso vai além disso. O mercado esportivo também foi impulsionado pela legalização das apostas em 2018, ampliando receitas para os clubes.
O contexto
Outros fatores explicam o domínio brasileiro na América do Sul:
•A grande população do país garante maior mercado para ingressos, produtos e transmissões.
•A expansão da Libertadores em 2016, com mais vagas, favoreceu os clubes brasileiros.
•Modelos similares, como os adotados na Colômbia e no Chile, não tiveram o mesmo impacto, segundo Irlan Simões, do Observatório Social do Futebol da UERJ.
Nota: Uma análise sobre o Brasil estar construindo uma nova Premier League foi inspirada no artigo publicado pelo The Economist. Leia o artigo completo aqui.
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