
Por Fábio Campos
fabiocampos@focuspoder.com.br
Fala-se de tudo na pré-campanha. E fala-se muita bobagem mistrurada com precipitações. É o que costumo chamar de TPE, a Tensão Pré-Eleitoral. O jornalismo, sempe muito apressado e tendo que preencher espaços (na crônica futebolística, também é assim), acaba se obrigando a jogar conversa fora e olhar para o que menos importa.
Fundamentalmente, há dois fatos relevantes em questão no momento. Um já foi resolvido. O outro está em processo de resolução.
O que já foi resolvido: o PL já tem comando definido no Ceará. Descontando a possibilidade de a dinâmica da política agir, o prefeito do Eusébio, Acilon Gonçalves, vai atravessar os mares revoltos da campanha no comando do partido que vai servir de montaria para a candidatura reeleitoral de Jair Bolsonaro.
A filiação de Bolsonaro ao PL foi um fato que pegou Acilon e seu grupo político de surpresa. Experiente, o prefeito passou a jogar parado para conter prejuízos e garantir o espaço conquistado. Líder de um grupo que vem sendo arduamente construído há décadas, Acilon trinca os dentes e segue no mando do partido no Ceará com a confiança do comando nacional da sigla, que já foi pró- FHC, pró-Lula, Pró-Dilma e agora é pró-Bolsonaro.
A preço de hoje, o PL vai ter candifdato ao Governo do Ceará. O ex-deputado federal do PSDB, Raimundo Gomes de Matos, quer ocupar esse espaço. E com isso, abrir a trilha para eleger seu filho, Pedro Gomes de Matos, para a Câmara dos Deputados.
Porém, o efeito mais relevante da rápida movimentação do PL é o seguinte: as portas da sigla estão fechadas para o deputado federal Capitão Wagner, o candidato de Bolsonaro no Ceará. Entenderam? Portanto, para viabilizar sua candidatura a governador só há um caminho para Wagner, que ainda está no Pros: ganhar o comando do União Brasil no Ceará. Mas isso não é (não está sendo) moleza. Muito pelo contrário.
O que está sendo resolvido: A grande batalha política do Ceará no momento se dá em torno do União Brasil. Wagner e Chiquinho Feitosa disputam a primazia de comandar no Estado a sigla com a maior bancada de deputados federais, fruto da fusão DEM-PSL. Portanto, a sigla tem o maior fundo partidário, o maior fundo eleitoral e o maior latifúndio na propaganda eleitoral.
O que quer que saia da decisão, que envolve a cúpula nacional do partido, terá imensa repercussão na política do Ceará. Se não conseguir ganhar o União Brasil no Estado, o Capitão fica politicamente nanico e eleitoralmente inviável. A ponto de se tornar aconselhável que nem sequer dispute as eleições para o Governo e passe a pensar em manter-se como deputado federal. Nesse caso, guardando forças para as eleições de Fortaleza em 2024.
Considerem que se Feitosa levar o trofeu, o União tende a se aliar ao PDT, o que sufocaria as chances de viabilizar qualquer outra candidatura de oposição. O fato é que os bastidores dessa disputa estão fervendo. Há muito em jogo.
Mas não é bom ninguém esquentar a cabeça agora não. Há muito jogo a ser jogado até que chegue o minuto final das convenções.







