
Justiça
O fato: O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretou nesta quarta-feira (4) a prisão da deputada Carla Zambelli (PL-SP), que anunciou ter deixado o país após ser condenada a dez anos de prisão. A decisão inclui bloqueio de bens, suspensão de salário e inserção do nome da parlamentar na lista de procurados da Interpol.
Bloqueio de bens e redes sociais: Além da ordem de prisão, Moraes determinou o bloqueio dos passaportes — inclusive o diplomático — e de todas as contas bancárias, móveis e imóveis em nome de Zambelli. O salário parlamentar e demais verbas de gabinete também foram suspensos, com os valores destinados ao pagamento das multas impostas pela condenação no caso de invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
As plataformas responsáveis devem bloquear, em até duas horas após a notificação, o acesso de Zambelli aos seus perfis nas redes X (antigo Twitter), Facebook, Instagram, YouTube, TikTok, LinkedIn, Telegram e GETTR. Em caso de descumprimento, ou se ela continuar divulgando conteúdos por meio de terceiros, poderá ser multada em R$ 50 mil por dia.
Extradição e lista da Interpol: Moraes ordenou à Polícia Federal a adoção de providências para incluir o nome de Carla Zambelli na lista da Interpol e identificar seu paradeiro, com o objetivo de solicitar a extradição às autoridades do país onde se encontra.
Na decisão, o ministro destacou que a parlamentar “se evadiu do distrito da culpa” após a condenação e ressaltou que ela própria, em entrevista recente ao canal AuriVerde Brasil, revelou ter transferido suas redes sociais para a mãe, numa tentativa de burlar bloqueios e continuar propagando “notícias fraudulentas sobre o processo eleitoral brasileiro”.
Condenação e novos processos: Zambelli foi condenada pela Primeira Turma do STF por invadir o sistema eletrônico do CNJ, com o auxílio do hacker Walter Delgatti, que também foi condenado a 8 anos e 3 meses de prisão. Ambos aguardam julgamento dos embargos de declaração, previsto para ocorrer entre esta sexta-feira (6) e o dia 13. Caso a sentença seja mantida, além da prisão, deverão pagar R$ 2 milhões por danos morais coletivos.
A deputada também responde a outro processo no STF, onde é ré por ter sacado uma arma e perseguido o jornalista Luan Araújo às vésperas do segundo turno das eleições de 2022. O episódio foi citado pela própria parlamentar durante uma transmissão ao vivo nesta manhã.