
O fato: A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) autorizou o início da operação da Ferrovia Transnordestina, quase duas décadas após o início das obras. A permissão foi publicada no Diário Oficial da União na última quinta-feira (09) e marca o início do transporte ferroviário em um trecho estratégico de 679 quilômetros, entre São Miguel do Fidalgo (PI) e Acopiara (CE), passando pelo oeste de Pernambuco.
Segundo a Transnordestina Logística S.A. (TLSA), responsável pela construção e administração da ferrovia, a operação começará entre Bela Vista do Piauí (PI) e Iguatu (CE), somando aproximadamente 600 quilômetros. O início ocorre em regime de comissionamento, etapa de testes com carga reduzida, sob condições técnicas definidas pela ANTT, incluindo limites de velocidade, monitoramento operacional e ações educativas nas comunidades vizinhas.
Operação e logística: Inicialmente, serão transportados grãos, algodão, minérios, gesso, gipsita e contêineres, com previsão de movimentação de até um milhão de toneladas por ano. Os trens terão duas locomotivas e 20 vagões, com velocidade máxima de 60 km/h.
Histórico do projeto: O traçado original previa um “T” invertido conectando Eliseu Martins (PI) aos portos de Pecém (CE) e Suape (PE). Alterações no projeto mantiveram apenas o trecho em “L” invertido, entre Eliseu Martins e o Porto do Pecém, sob concessão da TLSA. A ligação Salgueiro–Suape ficou sob responsabilidade do Governo Federal.
O investimento total estimado é de R$ 15 bilhões para a implantação de 1.206 quilômetros de trilhos, dos quais 56,3% estão prontos para operação. Os 43,7% restantes ainda estão em execução ou sem contrato firmado. O Governo Federal projeta a conclusão integral da ferrovia até 2029, com capacidade de transportar 33 milhões de toneladas por ano, volume suficiente para substituir cerca de 400 caminhões de carga nas rodovias do Nordeste.