Pesquisar
Pesquisar
Close this search box.

Traumas ocultos: violência doméstica contra mulheres está associada a sérios problemas psicológicos

COMPARTILHE A NOTÍCIA

Neste mês, a campanha “Agosto Lilás” se torna uma voz poderosa na luta contra a violência doméstica, um problema grave e alarmante que afeta milhões de pessoas em todo o mundo, independentemente de gênero, idade, raça ou classe social. O tema remete à criação da Lei Estadual nº 4.969/2016, que intensifica a divulgação da Lei Maria da Penha e visa aumentar a conscientização sobre a violência contra a mulher e a necessidade de abordar essa questão de forma ampla e inclusiva.

As vítimas de violência doméstica enfrentam situações traumatizantes que deixam marcas profundas em suas vidas. O medo constante, a sensação de impotência e a violação de sua integridade física e emocional têm um impacto significativo na saúde mental das mulheres. Esse tipo de violência pode resultar em uma série de problemas psicológicos, como ansiedade, depressão, transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) e até mesmo tentativas de suicídio.

A psicóloga clínica Larissa Barros destaca a importância de reconhecer os sinais de alerta que indicam a ocorrência dessas situações para oferecer apoio às vítimas. “Lesões físicas frequentes e inexplicáveis, isolamento social, conduta controladora e ciumenta por parte do parceiro, e mudanças significativas no comportamento, como ansiedade ou depressão repentinas, são indícios importantes a serem observados. As cicatrizes invisíveis dessas experiências traumáticas podem durar uma vida inteira, afetando a autoestima e a confiança das vítimas. Muitas delas sofrem em silêncio, enfrentando a vergonha e o estigma associados à violência doméstica, o que pode dificultar ainda mais o acesso à ajuda profissional. A terapia se mostra como uma ferramenta vital no processo de recuperação e fortalecimento emocional. Encorajar que está passando por situações de violência a procurar um especialista pode ser um passo importante para quebrar o ciclo prejudicial de agressões”, enfatiza a psicóloga.

Os efeitos na saúde mental das vítimas também têm implicações mais amplas para a sociedade. Aqueles que passam por traumas psicológicos têm maior probabilidade de enfrentar problemas de relacionamento, dificuldades no trabalho e até mesmo desenvolvimento de comportamentos autodestrutivos, como o abuso de álcool e drogas.

Larissa reforça que oferecer apoio às vítimas de forma empática e não julgadora é fundamental para ajudá-las a superar o trauma. “Todos devemos nos unir para criar um ambiente seguro e empático para as vítimas de violência doméstica, proporcionando a elas recursos e suporte necessários para vencerem os danos psicológicos e reconstruírem suas vidas. A conscientização contínua e a educação sobre esse assunto são fundamentais para combater esse grave problema e garantir que todas as mulheres vivam livres de violência e com bem-estar emocional. O Agosto Lilás não apenas busca conscientizar a sociedade sobre a gravidade do problema, mas também incentiva que as vítimas denunciem seus agressores”.

É crucial que a sociedade, juntamente com as instituições governamentais e organizações não governamentais, intensifiquem os esforços para prevenir a violência doméstica contra as mulheres. Além disso, é de extrema importância oferecer apoio adequado às vítimas, incluindo serviços de saúde mental acessíveis e programas de intervenção que possam ajudar a romper o ciclo de violência e auxiliar na recuperação psicológica.

Mais do que uma conscientização temporária, a campanha Agosto Lilás deve ser um chamado à ação contínua. É dever social fazer a diferença e contribuir para a construção de um ambiente mais consciente e solidário, onde a violência doméstica seja erradicada.

Sobre Larissa Barros

Graduada em Psicologia pela Universidade de Fortaleza, Larissa Barros é mestre em Psicologia pela UFC – Universidade Federal de Fortaleza. Sua pesquisa de mestrado abordou narrativas autobiográficas de famílias que estão no contexto de violência doméstica. Atualmente, é psicóloga clínica com atuação teórica da Terapia Cognitiva Comportamental. Larissa também trabalhou na área da Psicologia Jurídica e desenvolveu pesquisas sobre temas como mediação, violência doméstica e guarda compartilhada. Foi bolsista CNPq no Laboratório de Estudos de Recursos Humano-Ambientais, desenvolveu pesquisas abordando temas como violência urbana, mobilidade urbana e sustentabilidade. De 2016 a 2021, esteve como coordenadora do Centro de Atenção Psicossocial Álcool e outras Drogas e na articulação da Saúde Mental da Regional VI, em Fortaleza

COMPARTILHE A NOTÍCIA

PUBLICIDADE

Confira Também

Fortaleza: Assim como Quaest, Datafolha capta movimento antecipado pela Focus/AtlasIntel

Animado por pesquisas, Lula grava pra Evandro e agenda ato em Fortaleza

Nova Quaest mostra que Focus/AtlasIntel antecipa a dinâmica do voto em Fortaleza

A nervosa dança das pesquisas eleitorais em Fortaleza

Em educação, Brasil investe menos de 1/3 da média da OCDE

A preciosa leitura de Andrei Roman, CEO da AtlasIntel, acerca da disputa de Fortaleza

É hoje: disputa de Fortaleza em estado de expectativa com nova pesquisa Focus Poder + AtlasIntel

Acaba a farra ESG enquanto a crise climática se agrava

A esquerda e o jornalismo estão tontos e não entendem fenômenos como Pablo Marçal

Focus Poder inova no Brasil com formato ‘Smart Brevity’ de notícias ágeis e diretas

Indústria dos “cortes” em vídeo: Lucro fácil, desinformação e realidade eleitoral paralela

Fortaleza: Assim como Datafolha, pesquisa Ideia diz que quase nada mudou em um mês

MAIS LIDAS DO DIA

O Falso Amor Sincero. Por F J Caminha

Fortaleza tem 21 pontos próprios para banho de mar neste fim de semana

Professor. Foto: Divulgação/Governo do Estado

Com investimento de R$ 572 milhões, Ceará terá novas 55 escolas de tempo integral

Polícia Federal prende 31 candidatos em 10 estados

Haddad: descongelamento é resultado de melhor performance da economia

Eleições 2024: candidatos não podem ser presos a partir deste sábado

Governo descongela R$ 1,7 bilhão do Orçamento de 2024

Nunes, Boulos ou Marçal? Quem está à frente nas pesquisas após cadeirada em debate?

Governo Lula amplia multas para incêndios ilegais em meio a seca histórica