Yes, nós temos banana! Duas empresas do Ceará colocam a fruta nas mesas do Brasil e do mundo

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Por dentro do negócio: A Nordeste Vegetais e a Sítio Barreiras, duas potências da fruticultura brasileira, estão moldando o mercado de bananas muito além do Ceará. Um feito para um Estado cuja maior parte do território está encravado em solo cristalino do semi-árido nordestino. Porém, com tecnologia e manejo correto, áreas irrigadas usam o sol a pino e constante como aliado na produção e produtividade. Ainda há muito a fazer e a crescer. Hoje, o Ceará é o sexto maior produtor nacional.

Quem são: A Nordeste Vegetais, liderada por Edson Brok e celebrando 20 anos de operação, exporta semanalmente 30 contêineres de banana nanica para a Europa, consolidando-se como uma das principais fornecedoras do mercado europeu. Localizada na Chapada do Apodi, em Quixeré, dentro do Distrito Irrigado Jaguaribe-Apodi (Dirja), a fazenda opera em uma área irrigada.

Já a Sítio Barreiras, fundada em 1996 pelo agrônomo Fábio Régis de Albuquerque, produz anualmente 40 mil toneladas de banana em Missão Velha, no Cariri, também situada em uma região de solo cristalino e beneficiada pela irrigação, com uma força de trabalho de 730 colaboradores, atendendo principalmente o mercado nordestino.

Tecnologia e inovação: Ambas as empresas estão na vanguarda tecnológica da produção de bananas. A Nordeste Vegetais, adota processos rigorosos que vão desde a colheita até a paletização, garantindo a qualidade necessária para competir no exigente mercado europeu. A Sítio Barreiras aposta em práticas de agricultura regenerativa e no uso de bioinsumos, reduzindo a dependência de insumos químicos e aumentando a sustentabilidade da produção.

Cenário atual: No caso da Nordeste Vegetais, a operação envolve um fluxo logístico eficiente, com exportações realizadas pelos portos do Mucuripe e Pecém, crucial para o escoamento dos 30 contêineres semanais que abastecem o mercado europeu. A demanda por banana nanica, a variedade mais consumida na Europa, reforça a relevância da Nordeste Vegetais como um player importante nesse mercado.

O que vem a seguir: Ambas as empresas continuam a expandir suas operações e influenciar o mercado. A Nordeste Vegetais está em um momento de consolidação de sua presença internacional, enquanto a Sítio Barreiras explora novas oportunidades, como o cultivo de cacau na Bahia e a produção protegida de tomate. Com o avanço das práticas agrícolas sustentáveis e o investimento em tecnologia, essas duas empresas estão bem posicionadas para continuar liderando o setor de fruticultura no Brasil.

Entre as linhas: As histórias de sucesso dessas empresas não apenas destacam o crescimento econômico, mas também refletem um compromisso com a sustentabilidade e a responsabilidade social, valores que estão se tornando cada vez mais essenciais no cenário global de negócios.

De executivo a maior exportador de bananas para a Europa

Edson BrokA guinada: Em 1999, Edson Brok, então com 63 anos, aceitou um convite de um grupo norte-americano para comandar um projeto de 500 hectares de fruticultura no Nordeste. Na época, Brok trabalhava com logística de navios frigoríficos em São Paulo, mas não hesitou em embarcar nessa nova aventura.

Impacto pessoal: A decisão de se mudar para o Ceará causou um grande choque em sua família. “Foi uma choradeira tremenda, gerou um pânico inicial”, relembra Brok, cujas filhas tinham 13 e 4 anos na época.

Ascensão na fruticultura: Anos depois, Brok foi convidado para ser consultor em um projeto ainda maior, de 3 mil hectares. Em 2008, já adaptado ao Nordeste, tentou comprar uma fazenda de bananas, mas sua oferta foi recusada. Três anos depois, ele finalmente adquiriu a propriedade, marcando o início de sua trajetória como o maior exportador de bananas para o mercado europeu. “No dia em que assinei o contrato, as pessoas não entendiam porque eu estava sorrindo, sozinho, dentro do metrô de São Paulo na hora do rush”, conta.

Como um maranhense virou o jogo do consumo de bananas no Ceará

Foto do perfil de Fábio Regis de AlbuquerqueO começo: Em 1996, o agrônomo maranhense Fábio Régis de Albuquerque fundou a Sítio Barreiras e rapidamente transformou o mercado de bananas no Ceará. Antes disso, as famílias cearenses compravam bananas principalmente em feiras, devido à falta de qualidade nos supermercados.

A mudança: Em 1997, Fábio conseguiu uma oportunidade para vender suas bananas no supermercado São Luiz, em Fortaleza. Em apenas um mês, a banana-prata passou da oitava para a primeira posição em vendas de hortifruti. Desde então, a fruta se mantém no topo das preferências dos consumidores.

O diferencial: A transformação veio com uma mudança de conceito: amadurecimento em câmaras frias, transporte adequado e exposição correta nos supermercados. Essa abordagem garantiu que a banana-prata se tornasse o produto de maior valor de venda na maioria dos supermercados de Fortaleza

Brasil entre os gigantes da produção mundial de bananas

O estado das coisas:
O Brasil é o quarto maior produtor de bananas do mundo, ficando atrás apenas da Índia, China e Indonésia. Durante o período 2021/2022, o país produziu cerca de 7 milhões de toneladas de bananas em uma área de 453.273 hectares.

Por dentro dos números: O estado de São Paulo lidera a produção nacional, sendo responsável por 26% do total. Bahia e Minas Gerais também se destacam como importantes regiões produtoras.

Contexto: As bananas prosperam em condições de cultivo quentes e úmidas, ideais nas áreas tropicais localizadas entre o Equador e as latitudes de 20° Norte e Sul. Essas condições são encontradas nas principais áreas produtoras do Brasil, o que explica o sucesso do país na fruticultura.

Aqui está a lista dos estados que são os maiores produtores de banana no Brasil


  1. São Paulo – 26% da produção brasileira
  2. Bahia
  3. Minas Gerais
  4. Santa Catarina
  5. Paraná
  6. Ceará.
  7. Pernambuco
  8. Rondônia

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