O que aconteceu: Depois de uma sequência de reveses desde julho de 2024, a popularidade de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dá sinais de reação. Segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta (16), a taxa de reprovação do governo caiu de 57% para 53% e a de aprovação subiu de 40% para 43%. É a primeira melhora após a crise de imagem acentuada pelo escândalo no INSS e críticas à elevação do IOF.
Por que importa: O resultado mostra que o embate com Donald Trump — que anunciou tarifa de 50% sobre produtos brasileiros — e a campanha de taxação de super-ricos têm ecoado junto a públicos fora da base cativa do PT. A distância entre aprovação e reprovação, que era de 17 pontos em junho, agora é de 10. Entre os que não recebem Bolsa Família, a desaprovação caiu mais fortemente.
Vá mais fundo:
• O avanço ocorreu principalmente entre mulheres, eleitores de centro e classe média, sobretudo no Sudeste — perfil mais afetado pela tarifa americana e beneficiado por isenções do IR.
• Dois terços dos brasileiros apoiam que os mais ricos paguem mais impostos, mas o discurso “ricos contra pobres” divide opiniões: 53% veem a retórica com ressalvas.
• No caso do tarifaço, 44% acreditam que Lula está mais certo que Trump — índice que se mantém alto até entre quem se diz sem posição política.
No radar: Apesar do alívio, Lula ainda opera abaixo dos índices de um ano atrás, quando a aprovação superava a reprovação (54% x 43%). A expectativa do Planalto é consolidar a narrativa de justiça tributária para reverter a crise que começou com o escândalo de fraudes no INSS — e reforçar o discurso de soberania nacional diante do protecionismo trumpista.
📈 Próximo passo: O governo avalia manter a ofensiva por mais medidas de impacto junto à classe média, sem perder de vista a base mais pobre, onde a avaliação segue estagnada.