O fato: A Apple assumiu a liderança nas vendas globais de smartphones no primeiro trimestre de 2025, impulsionada pelo lançamento do iPhone 16e e pela alta demanda em mercados emergentes como Japão e Índia. De acordo com a consultoria Counterpoint Research, a empresa conquistou 19% de participação de mercado, superando a Samsung, que ficou com 18%.
Apesar de enfrentar estabilidade ou queda nas vendas em mercados como Estados Unidos, Europa e China — onde a concorrência com marcas locais, como a Huawei, é intensa —, a Apple conseguiu ampliar sua presença em regiões estratégicas, o que garantiu a vantagem no ranking global.
Estratégia para contornar tarifas: Um fator decisivo para o desempenho da Apple foi a antecipação no fornecimento de aparelhos aos Estados Unidos, como forma de driblar tarifas de importação impostas pelo ex-presidente Donald Trump. Segundo a IDC, a empresa chegou a fretar aviões cargueiros para transportar cerca de 600 toneladas de iPhones — o equivalente a até 1,5 milhão de unidades — da Índia para o mercado norte-americano.
“A recente isenção do governo dos EUA, que suspendeu as tarifas de importação de smartphones da China, oferece um alívio temporário para as empresas norte-americanas, mas a forte dependência da cadeia de suprimentos da China persiste em meio à contínua volatilidade das tarifas”, afirmou Ryan Reith, da IDC.
Crescimento moderado e tensão no setor: A IDC apontou que as vendas globais de smartphones cresceram 1,5% no primeiro trimestre, apesar das incertezas geopolíticas e comerciais. A recomendação para as marcas dos EUA, segundo Reith, é clara: “No momento, o foco deve ser aproveitar a isenção, fabricando e despachando ao país o máximo possível de aparelhos.”
Já a Counterpoint alerta para uma possível retração no mercado ao longo do ano, causada pela instabilidade nas regras comerciais entre Estados Unidos e China.
Marcas chinesas consolidam posições: Além da Apple e da Samsung, o ranking das maiores fabricantes globais no trimestre teve a Xiaomi em terceiro lugar, mantendo um bom ritmo de vendas. As também chinesas Vivo e OPPO ficaram em quarto e quinto lugares, respectivamente, reforçando a força das marcas asiáticas no setor.
Apesar das tensões comerciais, os dados indicam que os consumidores em mercados emergentes continuam respondendo bem às ofertas de smartphones, especialmente os modelos premium e intermediários.