Rendimento médio no Brasil bate recorde em 2024

COMPARTILHE A NOTÍCIA

O fato: O rendimento médio real dos brasileiros atingiu R$ 3.057 em 2024, o maior valor registrado desde 2012, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta quinta-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento mostra um aumento de 2,9% em relação a 2023 e de 3,3% frente aos valores de 2019, antes da pandemia.

Os dados revelam uma melhora significativa na condição econômica da população, impulsionada principalmente pela alta no rendimento do trabalho e pelo fortalecimento dos programas sociais. O levantamento leva em conta diversas fontes de rendimento, como salários, aposentadorias, pensões, programas sociais, alugueis, aplicações financeiras e bolsas de estudo.

Renda média domiciliar cresce no Nordeste: A Região Nordeste apresentou um dos maiores crescimentos do país na massa de rendimento mensal real domiciliar per capita, com alta de 11,1% entre 2023 e 2024. O valor total chegou a R$ 76,9 bilhões, o terceiro maior do Brasil, atrás apenas das regiões Sudeste (R$ 217,4 bilhões) e Sul (R$ 77,3 bilhões). A soma representa uma parcela significativa da renda nacional, apesar de a região ter historicamente os menores rendimentos per capita.

Além disso, o Nordeste segue como a região onde os programas sociais têm maior peso na composição da renda das famílias. Em média, 9,4% do rendimento domiciliar da população nordestina vem dessas transferências, mais que o dobro da média nacional (3,8%). Só o Bolsa Família representa 34,6% de todos os rendimentos oriundos de programas sociais na região.

Programas sociais batem recorde de valor: O valor médio dos rendimentos obtidos por meio de programas sociais, como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), chegou a R$ 836 em 2024 — o maior valor da série histórica iniciada em 2012. Isso representa um crescimento de 72,7% em relação a 2019, quando a média era de R$ 484.

O percentual da população brasileira que recebe esse tipo de benefício também aumentou, passando de 6,3% em 2019 para 9,2% em 2024, o que equivale a 20,1 milhões de pessoas. No Nordeste, esse percentual é ainda mais expressivo, contribuindo diretamente para a redução da vulnerabilidade social.

Rendimento do trabalho puxa crescimento nacional: Apesar da importância dos programas sociais, o principal motor do aumento do rendimento médio foi o trabalho. A renda média proveniente do trabalho alcançou R$ 3.225 em 2024 — um recorde histórico — e a população ocupada com rendimento também cresceu, alcançando 101,9 milhões de pessoas, o equivalente a 47% da população com 14 anos ou mais.

Com esse desempenho, o rendimento do trabalho representou 74,9% de toda a renda domiciliar do país, enquanto os programas sociais ficaram com 3,8% da fatia total.

Desigualdade persiste: Apesar dos avanços, a desigualdade regional e social permanece evidente. Enquanto os beneficiários do Bolsa Família têm um rendimento médio de R$ 717, os que não dependem do programa registram média de R$ 2.424. No Nordeste, entre os 40% mais pobres da população, o rendimento per capita é de apenas R$ 408, o menor do país.

Segundo o analista do IBGE Gustavo Fontes, os dados mostram que os programas sociais continuam sendo essenciais para garantir um mínimo de renda a quem mais precisa: “O rendimento médio domiciliar per capita dos domicílios que recebiam o Bolsa Família correspondia a menos de 30% daquele dos domicílios que não recebiam o benefício, o que confirma o foco do programa nas famílias em maior situação de vulnerabilidade”, afirmou.

Massa de rendimento bate recorde: Somando todas as fontes, a massa de rendimento mensal per capita do Brasil chegou a R$ 438,3 bilhões em 2024, maior valor da série histórica. Isso representa um crescimento de 5,4% frente a 2023 e de 15% em relação a 2019. Quase 75% desse montante é originado do trabalho.

Para o IBGE, o crescimento da população ocupada e o aumento do rendimento médio impulsionaram esse resultado expressivo. Com destaque especial para o Nordeste, que vem colhendo os frutos da expansão dos programas sociais e da recuperação do mercado de trabalho.

COMPARTILHE A NOTÍCIA

PUBLICIDADE

Confira Também

Guararapes, Cocó e De Lourdes têm a maior renda média de Fortaleza. Genibaú, a menor

Moraes manda Bolsonaro para prisão domiciliar após vídeo em ato com bandeiras dos EUA

Paul Krugman: Delírios de grandeza (de Trump) vão por água abaixo

Pesquisa AtlasIntel: Crise com Trump impulsiona Lula e desidrata Bolsonaro

Torcida brasileira pode ficar fora da Copa de 2026 nos EUA

Exclusivo: placas de aço produzidas no Pecém fora da lista de exceções de Trump

Reagan vs. Trump: Quando a direita acreditava no mercado, não na ameaça

Levitsky: Trump usa tarifas como arma pessoal e ameaça global à democracia

GLP-1 no Brasil: promessa de milagre, preço de privilégio

O Pix da histeria à omissão: por que a direita gritou contra o governo e calou diante dos EUA

Ciro Gomes caminha para filiação ao PSDB após almoço com cúpula tucana, em Brasília

AtlasIntel: 62% dizem que tarifa de Trump contra o Brasil é injustificada; 41% veem punição por Brics

MAIS LIDAS DO DIA

Petrobras lucra R$ 26,7 bilhões no 2º trimestre de 2025 e acelera investimentos no pré-sal

Sebrae fortalece economia e tradição dos municípios com o Vende Mais Mercado

Na “casa da justiça”: Desembargador agressor de ex-companheira é “punido” com aposentadoria

Saques superam depósitos na poupança em R$ 6,25 bilhões em julho, aponta Banco Central

Bolsonaro afirma que oposição já reuniu 41 assinaturas por impeachment de Alexandre de Moraes

Ceará consolida posição de destaque na indústria nordestina com segundo melhor desempenho 

Ceará terá 240 voos extras da Azul na alta temporada para impulsionar turismo e economia

TST gasta R$ 1,5 milhão em sala VIP no aeroporto para isolar ministos de “indivíduos inconvenientes”

Thael e os Espelhos; Por Gera Teixeira