
O fato: Estados Unidos e China anunciaram nesta segunda-feira (12) uma trégua temporária na guerra comercial que vem abalando a economia global desde os mandatos de Donald Trump. As duas potências concordaram em reduzir significativamente as tarifas sobre produtos um do outro por um período inicial de 90 dias. O movimento foi classificado como um “progresso substancial” após negociações intensas realizadas no fim de semana em Genebra.
Redução das tarifas: Pelos termos do acordo, até 14 de maio os EUA reduzirão suas tarifas sobre produtos chineses de 145% para 30%. Em contrapartida, a China diminuirá suas taxas sobre importações americanas de 125% para 10%. O entendimento busca estabelecer uma “relação econômica e comercial sustentável, de longo prazo e mutuamente benéfica”, conforme destacaram em comunicado conjunto.
Impactos: O anúncio representa um avanço significativo após anos de escalada protecionista que desestabilizaram mercados e cadeias de suprimentos. O impacto imediato foi sentido nas bolsas: os futuros do Dow Jones subiram mais de 2%, o S&P 500 quase 3% e o Nasdaq, mais de 3,5%. Na Ásia, o índice Hang Seng de Hong Kong avançou mais de 3%.
O pacto prevê ainda a criação de um mecanismo de diálogo permanente entre os países, sob liderança do vice-premiê chinês He Lifeng e dos representantes americanos Scott Bessent (Tesouro) e Jamieson Greer (Comércio).
Lula evita comentar: A trégua sino-americana ocorre justamente no mesmo dia em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarcou em Pequim, reforçando a aliança entre Brasil e China. Lula evitou comentar diretamente o acordo entre as potências, mas voltou a criticar medidas protecionistas impostas por Trump. Em discurso a empresários, afirmou que “o protecionismo pode levar à guerra” e defendeu o multilateralismo e o livre comércio como base das relações internacionais.
A leitura dentro do Palácio do Planalto é que a redução de tarifas entre EUA e China pode abrir caminho para flexibilizações futuras também com outros países. Embora a retórica oficial tenha evitado celebrar o acordo, auxiliares do presidente consideram o desfecho um sinal positivo.







