
O fato: O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil avançou 1,4% no primeiro trimestre de 2025 em relação ao trimestre anterior, conforme divulgado nesta sexta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio alinhado à expectativa de analistas consultados pela Reuters e reforça o ritmo de crescimento da economia nacional. Na comparação com o mesmo período de 2024, a alta foi de 2,9%, configurando o 17º trimestre seguido de expansão.
No acumulado dos últimos quatro trimestres, o crescimento do PIB foi de 3,5%, alcançando o montante de R$ 3 trilhões.
Agropecuária lidera crescimento: O desempenho positivo do PIB foi impulsionado, sobretudo, pela agropecuária, com um avanço expressivo de 12,2% no trimestre. O setor foi beneficiado por condições climáticas favoráveis e pela força da safra de grãos, especialmente soja, milho, arroz e fumo.
Os serviços, que representam cerca de 70% da economia, também contribuíram para o resultado, com crescimento de 0,3% no trimestre. O maior destaque foi o segmento de Informação e Comunicação, que subiu 3,0%. Segundo Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, “o grande destaque dentro dos Serviços tanto na taxa interanual como contra o 4º trimestre de 2024 foi a atividade Serviços de Informação e Comunicação, especialmente devido ao aumento de Internet e desenvolvimento de sistemas”.
Outros setores de serviços que apresentaram alta foram Atividades Imobiliárias (0,8%), Outras Atividades de Serviços (0,8%), Administração Pública (0,6%) e Comércio (0,3%). Por outro lado, Transporte, Armazenagem e Correio recuaram 0,6%, enquanto Atividades Financeiras ficaram praticamente estáveis, com leve alta de 0,1%.
Já a indústria teve leve retração de 0,1%, reflexo principalmente das quedas na Indústria de Transformação (-1,0%) e na Construção (-0,8%). “O setor industrial está sendo negativamente afetado pela política monetária restritiva”, avaliou Palis. Em contrapartida, Eletricidade e Gás, Água, Esgoto e Gestão de Resíduos avançaram 1,5%, e as Indústrias Extrativas cresceram 2,1%.
Formação bruta de capital sobe: Sob a ótica da demanda, a Formação Bruta de Capital Fixo (investimentos) apresentou crescimento de 3,1% no trimestre, enquanto o Consumo das Famílias subiu 1,0%. O Consumo do Governo ficou praticamente estável, com alta de 0,1%.
As Exportações de Bens e Serviços cresceram 2,9%, acompanhadas de uma elevação mais forte nas Importações, que avançaram 5,9%.
PIB acumula 17 trimestres de alta e mantém trajetória positiva: Na comparação anual, a agropecuária cresceu 10,2%, influenciada pela safra e pelas boas condições climáticas. A indústria teve alta de 2,4%, com destaque para a Construção (3,4%) e Indústria de Transformação (2,8%). Os serviços avançaram 2,1%, impulsionados novamente por Informação e Comunicação, que registrou expressivo crescimento de 6,9%.
A próxima divulgação do PIB, referente ao segundo trimestre de 2025, está prevista para o dia 2 de setembro. O resultado deve indicar se a economia brasileira manterá o atual ritmo de crescimento em meio aos desafios internos e ao cenário internacional.