União Brasil estressa Lula em Brasília e prepara jogo duro no Ceará

COMPARTILHE A NOTÍCIA

A posição do União Brasil vai definir a força ou a fragilidade das oposições à direita tanto no Brasil quanto no Ceará.

Por que importa

A relação entre o União Brasil (UB) e o Planalto escancarou, de uma vez, o limite entre governismo de ocasião e pragmatismo eleitoral. O partido, que já era apontado como uma federação de caciques regionais mais preocupados com seus feudos do que com fidelidade à base, mostrou que o apoio ao governo é tão elástico quanto os votos que podem render — ou custar — nas urnas.

O que aconteceu

No dia seguinte à acachapante derrota imposta pelo Congresso — que derrubou o aumento do IOF com apoio em massa do UB — Lula reuniu a cúpula da sigla. O clima, segundo relatos, foi de constrangimento geral. Deputados presentes definiram o presidente como um verdadeiro “poço de mágoas” (O Globo). Dos 60 deputados do União, 58 votaram contra o Planalto, evidenciando a fragilidade de uma base supostamente robusta.

Lideranças do UB classificaram o encontro como “infrutífero”: nada de concreto foi extraído, nenhuma ponte foi reconstruída, nenhuma costura foi feita. Pior: Lula, “possesso” e descrente, não quis sequer tratar de 2026 — ano que já move as engrenagens internas do partido.

O caso Ceará — um termômetro de para onde o UB pode escorregar

A ambiguidade do União Brasil se reflete de forma cristalina no Ceará. Ali, o ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, se filiou à legenda com o objetivo de liderar uma coalizão de centro-direita contra o grupo governista do PT e seus aliados históricos no estado. A aposta era clara: dar ao UB um rosto competitivo no palanque regional — num território que Lula sempre dominou eleitoralmente.

Por ora, RC mantém uma posição de espera, testando se a legenda conseguirá segurar apoios ao centro, sem se dissolver entre o governismo de Brasília e a retórica de oposição local. É um balão de ensaio para todo o Brasil: se o UB não definir para onde vai — e quem de fato quer ser em 2026 — pode virar apenas um puxadinho para barganhas federais e pouco capital político próprio.

O que vem pela frente

Apesar da relação azeda, a cúpula do UB garante que não há data para abandonar de vez o governo. E nem pressa: a legenda mantém três ministérios e uma bancada robusta, que serve de moeda para empurrar o barco até onde der. Mas, como a derrota do IOF mostrou, é uma base inflável: cresce ou esvazia conforme o vento.

🔍 Vá mais fundo

• Lula sabe que precisa do União para aprovar pautas pesadas, mas também sabe que não pode confiar cegamente.

• No Ceará, a movimentação de RC é um teste para saber se o UB será só coadjuvante ou protagonista no campo de centro-direita.

• Nos bastidores, a sigla discute se deve lançar candidatura própria à Presidência em 2026 ou se colará em algum projeto mais competitivo.

Comentário Focus: Pelo visto, o UB não vai largar o osso tão cedo. Vai permanecer no governo até o limite do tempo — e só decidirá desembarcar quando as circunstâncias políticas assim impuserem. Essa situação não é confortável para a articulação oposicionista no Ceará.

COMPARTILHE A NOTÍCIA

PUBLICIDADE

Confira Também

Trump x Musk: ameaça de deportação expõe racha na base conservadora

💸 Fidelidade em queda: só 3 deputados do CE apoiaram Lula no aumento do IOF

🧨 Base racha, centrão avança e Lula sangra em praça pública

Congresso impõe derrota ao governo e revoga novo IOF de Lula

O PDB, Partido Digital Bolsonarista: Estudo revela como o bolsonarismo opera fora da lógica dos partidos tradicionais

📑 Brasil na UTI: Parlamentares gastam R$ 100 milhões em reembolsos médicos

Mauro Benevides Filho desmonta o mito da gastança e expõe o silêncio sobre os juros

Lula aciona Ciro na Justiça, que reage: “O maior dos agentes dos agiotas“

Fortaleza lidera ranking global de cidades com melhor desempenho ambiental, segundo a Oxford Economics

Operação Teia de Aranha: o incrível ataque ucraniano com drones de US$ 600 que destruiu dezenas de bombardeiros russos de milhões

Do Axios: China, IA, nova ordem mundial e o risco de apagão geopolítico dos EUA

Aeroportos de Jeri e Canoa estão na lista de novo leilão do Governo Federal

MAIS LIDAS DO DIA

Indústria recebe R$ 4 bi de crédito do FAT para inovação tecnológica

Quando o doce é amargo; Por Walter Pinto Filho

Alece propõe reconhecer o forró como patrimônio e incluí-lo no currículo escolar do Ceará

Ceará passa a conceder isenção total na conta de luz para famílias de baixa renda com consumo de até 80 kWh

União Brasil estressa Lula em Brasília e prepara jogo duro no Ceará

Câmara aprova projeto que reconhece oficialmente a Economia do Cuidado no Brasil

Julgamento virtual durante recesso da justiça é nulo, decide STJ

Raul Seixas, a IA Generativa e a busca por uma consciência cósmica; Por Paulo Mota

Julho deve movimentar R$ 3,4 bilhões no Ceará e atrair mais de 500 mil turistas, aponta Setur