
O fato: A Casa Branca rebateu nesta quinta-feira (17) as declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a postura internacional de Donald Trump. Em entrevista à CNN Internacional, Lula afirmou que Trump “foi eleito para governar os Estados Unidos, não para ser o imperador do mundo”. A resposta veio da porta-voz do governo norte-americano, Karoline Leavitt: segundo ela, Trump é um “presidente forte” e “líder do mundo livre”, mas “não está tentando ser o imperador do mundo”.
Tensão entre os governos: A tensão entre os dois governos cresceu após a ameaça de Trump de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto. O governo dos Estados Unidos também anunciou, na última terça-feira (15), o início de uma investigação formal contra práticas comerciais do Brasil, consideradas “injustas”. Entre os alvos estão o sistema de pagamento instantâneo Pix, que, segundo Washington, representa desvantagem competitiva para empresas do setor financeiro, além das regras ambientais brasileiras, o desmatamento, a proteção da propriedade intelectual e a relação com big techs.
Resposta de Lula: Em resposta, o governo Lula criou um comitê interministerial com representantes da indústria e setores econômicos para tentar reverter a taxação. Durante a entrevista à CNN, Lula afirmou que o Brasil está disposto a dialogar, mas não aceitará “nada que lhe seja imposto”.
Detalhes: A porta-voz da Casa Branca justificou as possíveis tarifas com base em “regulações digitais restritivas”, falta de proteção à propriedade intelectual e entraves ao agronegócio americano. Em reserva, diplomatas brasileiros consideram que a retaliação é política e visa pressionar o Brasil a se alinhar à pauta dos EUA no cenário internacional.
O Planalto avalia recorrer à Lei de Reciprocidade, que permite ao Brasil adotar contramedidas contra países que imponham barreiras unilaterais. “Não vamos aceitar imposições. O Brasil tem soberania e sabe se defender”, afirmou Lula.